Voltando a estaca zero

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Pensando alto aqui o governo do ex-presidente Lula estimulou a compra de carros com financiamentos a perder de vista, maiores facilidades e prêmios para as montadoras que foram isentas de recolhimento de IPI que, apesar do suposto tratamento diferenciado entre as iniciativas empresariais trouxe alguns benefícios e facilidades aos mais desfavorecidos o governo do Estado e a prefeitura vai dificultando a vida desses novos proprietários e por extensão do povo.
O governo do Estado que não aliviou em nada as tais taxas pagas por quem tem veículos como também majorou o preço de alguns pedágios. Já o prefeito de São Paulo, buscando viabilizar maneiras de deixar o transporte público mais ágil restringiu espaços para a circulação de veículos.
Ainda pensando alto o governo a presidente Dilma estimulou a compra da linha branca; geladeiras, freezer, fogões e utensílios domésticos vários e o fornecimento da energia elétrica de responsabilidade do governo do estado mantem os preços atualizados e altos no consumo da energia que ameaça ficar escassa e mais cara com a escassez da água. Santa água.
Essa, então já virou objeto de consumo de amplos setores da cidade de São Paulo. Já não é de agora que conheço famílias enfrentando quase semanas inteiras sem acesso a água, além daquela que eles conseguem armazenar seja de chuva, reutilizando tudo que é possível.
Lembro até que achei graça quando um amigo me disse que aos finais de semana no litoral em vez de encontrar as pessoas nas praias, encontrava as pessoas lavando roupas que havia trazido da cidade. No litoral ainda havia água e baixo racionamento, agora nem isso. O caminho da Rodovia Imigrantes continua congestionado e no porta malas nada de esteira. Trouxas de roupa ocupam o espaço.
A vida anda ficando mais dura do que já era aqui nas periferias da maior cidade da América Latina. Conforme reportado em nosso editorial a irresponsabilidade dos governos nos últimos vinte anos é flagrante. A corrida para arrumar a situação é palco de comédia. Em sã consciência não podemos e o governo, principalmente, não pode ficar a mercê dos humores da natureza, torcendo para que chova exatamente em cima das represas rachadas de seca.
O desastre já havia sido anunciado. Usar o segundo volume morto e a caminho de usar o terceiro volume já é um risco à saúde, visto que se a Sabesp como responsável pelo tratamento e pela qualidade de água não tiver nem tempo, nem como dar um tratamento mais eficiente à água que vai distribuir. Ocorre que os fundos das represas que armazenam ou melhor armazenavam as águas para distribuição estão recheadas de entulhos compostos de metal pesado, metal este que é bastante danoso a saúde.
Rigorosamente a água desse volume morto mal serviria até para lavar chão e jogar nas privadas. Sem tratamento sequer poderá ser jogada nas plantas. Imagine-se então usá-la para beber, cozinha e se banhar. Tomara que a Sabesp que conhece os riscos não esteja cometendo a insanidade de não fazer o tratamento desta.
Como continuo pensando alto, enquanto penso também num copo de água me constrange ver lava rápidos, lavando carros enquanto quintais e carros como é o caso aqui de casa estão imundos afim de poupar a água para beneficiar todo mundo. Constrangimento não, dor. A escravidão acabou? Não simplesmente se modernizou. Vamos ter que furar poço,cozinhar com lenha ,banho de bacia etc,
(LM)

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