Apesar de ainda ser tabu em algumas empresas, os empregadores não podem vetar tatuagens ou piercings no ambiente de trabalho, sendo crime de discriminação previsto em lei
Para quem gosta de tatuagem, o mercado de trabalho ainda é uma incógnita. Apesar do mercado estar mais aberto a diversidade de estilos e comportamento, ainda existem empresas com valores tradicionais, que fazem os candidatos pensarem sobre fazer ou não uma tatuagem.
No entanto, esse cenário está mudando cada dia mais. O pensamento de que tatuagem é “coisa de marginal” ou que ser tatuado significa “rasgar a carteira de trabalho” está desgastado, principalmente entre os mais jovens, que veem a arte corporal como uma forma natural e comum de expressão pessoal.
Segundo levantamento realizado pelo instituto de pesquisas online QualiBest, 54% dos entrevistados possuem pelo menos um desenho em um dos braços, o que indica que as pessoas estão menos preocupadas em esconder as tatuagens. Além disso, os empregadores, mesmo em empresas privadas, não podem vetar piercings ou tatuagens no ambiente de trabalho. Essa conduta é considerada discriminatória e a Lei nº 9.029/95, ainda, prevê como crime. Mas a regra não vale quando o conteúdo da tatuagem traz discurso de ódio, como imagens misóginas ou racistas, assim como sobre drogas, bebidas e satanismo.
“As pessoas estão entendendo que a tatuagem é apenas uma arte corporal, e sobretudo cultural, e que isso não determina a capacidade ou talento de uma pessoa em sua função profissional”, opina Astrid Vieira, consultora e diretora da empresa, Leaders-HR Consultants BR.
De modo geral, as empresas não escolhem pela aparência, mas pela competência, apresentando uma flexibilidade maior para essa questão. Porém, o preconceito ainda existe. Em empresas privadas, principalmente, o empregador não é obrigado a dizer que não te contratou por causa da tatuagem, mas, mesmo assim, pode ser o motivo.
De acordo com Astrid Vieira, a dica é conhecer bem a postura da empresa a qual está se candidatando, principalmente se tratando de áreas mais conservadoras. “No geral, a flexibilidade e compreensão de ambas as partes pode ser considerado a melhor saída para a situação”, finaliza.
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