Quatro integrantes da mesma família morreram em Santo André, no ABC paulista, após a inalação de monóxido de carbono.

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Aquecedores a gás: como funcionam, seus riscos e cuidados

morte de quatro pessoas de uma mesma família em Santo André, no ABC Paulista, acendeu o alerta para o uso correto de instalações a gás.

A família morreu após a inalação de monóxido de carbono, um gás resultante da queima de gases usados como combustíveis nesses aparelhos. Para o presidente da Associação Brasileira de Aquecimento a Gás (Abagás), Leonardo Abreu, isso pode gerar confusão com o uso do termo “vazamento de gás”.

Qual a diferença entre os gases?

São usados dois tipos de gases como combustível em aparelhos de aquecimento a gás: o liquefeito de petróleo (GLP) ou o gás natural (GN). No caso do vazamento destes gases, o risco é de explosão no ambiente. Por isso, recomenda-se não ligar nenhuma luz ou acender fósforo nestes casos. A esses produtos é aplicado um aditivo que provoca um forte de cheiro, justamente para alertar para o vazamento. É o que conhecemos como “cheiro de gás”.

Para que os aparelhos funcionem, estes gases são queimados, e dessa combustão surgem novos gases, como o monóxido de carbono. Ele não tem cheiro, e também não é possível que seja adicionado algum componente de odor, porque ele é produzido no momento da queima. Os aparelhos são projetos para conduzir esse gás para o exterior do ambiente, com dutos de exaustão, como chaminés.

Segundo o presidente da Abagás, na maior parte dos acidentes envolvendo gás, como este em Santo André, o problema não está no aparelho, mas em falhas nas saídas de exaustão ou na ventilação do ambiente.

Quem instala os aparelhos?

A instalação de aquecedores a gás tem que ser feita de acordo com uma norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a NBR 13103, que entrou em vigor em 2013. De acordo com Abreu, esta norma estabelece qual o tamanho mínimo do ambiente para ser instalado o aquecedor –de acordo com o tipo de aparelho e da potência– assim como qual deve ser o tipo de abertura no ambiente.

“A instalação deve ser feita por um profissional capacitado, o que significa que recebeu treinamento para a função”, disse o presidente da associação. Esse treinamento pode ser dado por instituições de ensino ou mesmo pelas fabricantes do aparelho.

Como deve ser feita a manutenção e fiscalização?

De acordo com os fabricantes, a manutenção deve ser feita ao menos uma vez por ano. “Essa recomendação também está na norma (da ABNT), mas não é lei. Infelizmente, não há uma obrigação para isso”, explicou Abreu.

Não há uma lei nacional que legisle sobre a fiscalização, mas alguns estados possuem leis sobre isso, como o Rio de Janeiro. Lá, a Lei Estadual 6.890/2014 determina a inspeção obrigatória nas instalações de gás em residências e estabelecimentos comerciais a cada cinco anos.

No estado de São Paulo não há lei sobre o assunto. Segundo o presidente da Abagás, em prédios novos existe uma fiscalização da concessionária de gás, antes do empreendimento ser inaugurado, e também é feita uma fiscalização para a concessão do Habite-se –-uma autorização municipal para o uso do imóvel. “No entanto, em imóveis já habitados, isso não existe”, disse Abreu.

Cuidados e sintomas

Em casos de vazamento de gás do aquecedor, o morador sentirá um forte cheiro. Já no caso do gás que é resultado da combustão, o monóxido de carbono, não sair da maneira adequada e se espalhar pelo ambiente, o morador pode sentir náuseas, tontura, fraqueza e confusão mental. Nos dois casos, a Abagás recomenda:

  • Não acender luzes ou acionar equipamentos elétricos;
  • Não utilizar fósforos ou isqueiros;
  • Ventilar o local com a abertura de janelas e portas;
  • Fechar as válvulas de bloqueio dos equipamentos;
  • Sair do ambiente;
  • Comunicar imediatamente a ocorrência para o número de emergência da concessionária que fornece o gás natural encanado ou o Corpo de Bombeiros.

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