Se o Lula deve, se sabia sobre o esquema do chamado mensalão, se sabia agora do chamado petróleo e mais se era o chefe dos esquemas, se tem uma série de laranjas para despistar são dúvidas que começam a atingir até aqueles que mais o admiravam durante todo o seu período, desde a sua ascensão a liderança do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, depois expressiva liderança social e política despontando como a principal no Partido dos Trabalhadores, quando este, galvanizava a esperança e o apoio expressivo dos setores mais fragilizados e explorados na sociedade brasileira.
Fez um governo, quando presidente por dois mandatos, que mudou a correlação de forças e até fez mover com suas políticas sociais, de inclusão e de desenvolvimento extratos da população tirando da linha abaixo da pobreza amplas camadas. Fez ainda inverter o sentido do desenvolvimento econômico e com medidas específicas, conta no seu currículo ter salvado setores inteiros da deterioração e falência. Ainda hoje é reconhecida liderança mundial, com destaque as políticas de inclusão e de combate à pobreza.
Não está no mérito deste artigo avaliar se as medidas, todas, foram as mais acertadas, suas consequências se nefastas ou meritórias. A questão atual que envolve o Luiz Inácio Lula da Silva é outra.
Nesses dias de junho ele se mostrou bastante contrariado pelo fato de seu mais próximo amigo, confidente, presidente do instituto do qual o Lula é o maior destaque e ainda seu sócio na LILS que é a empresa do Lula para suas palestras mundo afora, Paulo Okamotto, ter sido convocado para uma comissão parlamentar de inquérito CPI protocolada por um peemedebista e aprovada.
Na convocação, Okamotto deverá, caso a convocação se mantenha, explicar em que condições o instituto teria recebido em doação R$ 3 milhões da empreiteira Camargo Corrêa, além dos R$ 1,527 milhão da mesma empresa através da LILS.
E se alguém conhece Lula é o tal do Okamotto, perdendo por pouco para a esposa Marisa Leticia com conhecimentos em outras áreas da experiência humana com a liderança. O tal Okamotto, em 2005, foi o cara que diz ter pago uma dívida que o Lula teria com o PT que lhe havia feito um empréstimo. Note-se que na ocasião, Lula negou, mas o Okamotto pagou. E se o fez foi com o próprio bolso, coisa de amigão.
E o Lula contrariado foi atrás do vice-presidente da República, Michel Temer, inconformado com a presepada do PMDB. Chegou a acusar o partido aliado de deliberadamente querer complicar sua vida. Por parte do PMDB, nem o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, como Temer, disseram ter alguma coisa a ver com isso e dizem ter sido pegos de surpresa.
A irritação de Lula deu reflexos no Congresso e houve várias puxadas de orelha do mesmo com relação à descoordenação da bancada do seu partido no Congresso. Mas, ai o Lula deveria lembrar que nem mesmo as medidas de apoio e necessárias no atual momento do governo da Dilma Roussef, do seu partido, têm sido dadas. O próprio Lula e setores sindicais não estão plenamente afinados com o que pretende o governo federal, apesar do 5º congresso do PT realizado no final de semana em Salvador ter indicado apoio _menos crítico ao governo e manutenção da aliança com o PMDB. Um discurso para o governo e outro para as classes ou categorias que estão pagando a maior parte da fatura pelos ajustes que estão em curso.
Seguindo o chefe, Okamoto explicou que a convocação dele naquele momento teria a ver com a tentativa de desqualificar o partido, que estava realizando seu congresso nacional naqueles dias. Para ele faz parte da luta política e a tentativa de potencializar o desgaste do partido.
Nesse diapasão e com a desconfiança crescente sobre a conduta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em dezenas de momentos e episódios e sendo ele ainda talvez a liderança nacional com a maior capacidade de blindagem usufruindo de um patrimônio de confiança para alguns inabalável, seria um bom momento para sagrar-se em vida como o maior santo que o país já teve, caso não dificulte investigações, seja investigado e prove sua inocência e correção de comportamento ao longo desses episódios.
Como lembra aquele adágio popular quem não deve não teme. Lula teme porque deve alguma coisa é uma das dúvidas que mais cresce na atual conjuntura.
(JMN)
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