Polícia aguarda resultado de laudos para saber a causa da morte de menina de 3 anos que foi espancada em SP

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Pai de Micaelly, José Simão, foi ao enterro e disse que perdeu o contato com a menina desde que ela foi morar com a mãe e o padrasto, suspeitos do crime. Eles foram presos.

A Polícia Civil aguarda o resultado dos laudos periciais para saber as causas da morte da menina, Micaelly Luiza de Souza Santos, de 3 anos. Ela morreu após ser espancada e foi enterrada na tarde desta quarta-feira (20), no Cemitério da Vila Formosa, na Zona Leste de São Paulo.

mãe e o padrasto da criança são suspeitos do crime e estão presos temporariamente por 30 dias.

Ewerton Queirós Laurenço, de 30 anos, padrasto da menina, é o principal suspeito pelas agressões. Ele e a mãe da criança, Isadora Pereira de Souza, de 20 anos, levaram Micaelly Luiza de Souza Santos, já morta, ao Hospital Planalto, na Zona Leste nesta terça-feira (19).

Do hospital, o casal foi encaminhado para o 22º Distrito Policial de São Miguel. Segundo a polícia, eles não confessaram o crime. Exames vão revelar a causa da morte e se houve violência sexual.

O pai de Micaelly, José Simão, foi ao enterro e disse que perdeu o contato com a menina desde que ela foi morar com a mãe e o padrasto. “Não sabia endereço dela. Não sabia nada. Nós perguntávamos pros familiares o endereço dela e os familiares negavam. Falavam que não sabia onde era o endereço”, disse José Simão.

O corpo da menina foi velado na tarde desta quarta-feira (20), no Cemitério de Itaquera, na Zona Leste de São Paulo

Esta não foi a primeira vez que a Micaelly foi vítima de maus tratos. Este ano, a menina ficou treze dias internada no Hospital Tide Setúbal com sinais de espancamento. Os médicos notaram as lesões suspeitas.

“Nós avisamos a delegacia, o conselho tutelar, tomamos as providências. Ela foi ao IML fez o corpo de delito, foi internada até o dia 18. Recuperou-se, saiu bem do hospital. E fatalmente hoje ela apareceu morta em outro hospital”, disse Carlos Alberto Velucci, diretor do hospital Tide Setúbal.

No período em que a menina ficou internada, o caso foi para o Fórum de São Miguel Paulista e a juíza Regiane dos Santos passou a guarda de Michaelly para a avó materna, Edith Pereira. Ela disse que não entendeu que a guarda já estava com ela e entregou a menina para a mãe e o namorado na segunda-feira (18) quando a criança teve alta.

“Só falou que a guarda ia ser por 6 meses, mas ela não falou se eu podia retirar ela com papel ou sem papel, se ela podia ficar comigo, ela não falou nada”, disse a avó materna.

Micaelly chegou a morar com a avó paterna, Maria José Francisca dos Santos, mas as idas e vindas eram constantes. “Ficava nesse rolo e eu tentando pegar ela para eu cuidar, não queria tomar ela, só queria cuidar para não ficar nesse vai e vem. Que educação ela vai ter nesse vai e vem?”, disse ela.

Para o advogado Ariel de Castro, especialista em Direitos da Criança e do Adolescente, nesse caso Micaelly deveria ter sido afastada do convívio da mãe e do padrasto. “Faltou uma análise mais adequada, mais criteriosa, mais um estudo psicossocial por parte da equipe técnica do próprio fórum da Vara da Infância e da Juventude para que a criança, então, ao invés de ficar com essa avó, deveria ter ficado num abrigo enquanto se fazia um estudo mais adequado do caso”, disse ele.

Apesar do caso estar sob segredo de Justiça, por se tratar de uma menor, tanto o Tribunal de Justiça, quanto o Ministério Público de São Paulo se manifestaram sobre a tragédia.

O MP informou que ratificou o parecer elaborado pelo corpo técnico da Vara da infância de São Miguel, transferindo para a avó materna a guarda provisória da criança.

Já o Tribunal de Justiça disse que nos processos de guarda provisória, a equipe técnica faz uma avaliação psicológica e social e que o padrasto, o pai e avó materna foram ouvidos e que a avó recebeu as orientações do setor técnico quanto aos deveres que teria como guardiã.

A direção do hospital Tide Setúbal informou que a avó materna recebeu a notificação da assistente social e foi orientada sobre a guarda da criança na presença de representante do conselho tutelar. Na ocasião, a avó foi orientada a não permitir que a mãe e o namorado dela tivessem acesso à criança.

Por G1 SP — São Paulo

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