Pense prefeito, e pedale menos

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Um senhor de 78 anos está morto, e outro, um garoto de nove anos, também. Um no centro da cidade de São Paulo e o outro em São Mateus. O que eles tinham em comum era a ciclofaixa. Uma lá nos baixos do Minhocão e a outra no centro da Avenida Bento Guelfi, onde a atual administração instalou faixas exclusiva para bicicletas entre carros de ambos os lados. Numa o homem foi atropelado por um ciclista não de forma intencional, e na outra, o garoto ciclista caiu e foi atropelado por um veículo, também de forma não intencional.
Tem gente que acha que o prefeito Fernando Haddad deveria ser responsabilizado criminalmente. Não vou chegar a tanto ou me meter nisso, mas que o prefeito precisa rever os critérios para a expansão e a instalação das ciclofaixas na cidade não resta a menos dúvida.
Aqui, na da Avenida Bento Guelfi não é desta edição que registramos reclamos com o que consideram absurdo e despropósito da ciclofaixa. As ciclofaixas e os ciclistas podem e devem ter seus espaços. Qualquer cidade fica mais bonita e civilizada com a presença delas, mas não dá para ser em qualquer canto, de forma a jogar para plateia e acabar não servindo para nada além de atrapalhar o trânsito dos veículos de quatro rodas ou  mais e criar acidentes como os citados.
O prefeito está bonito junto aos setores mais modernos, de gente alternativa e que assim seja, nada contra, mas não ao custo de não racionalizar e repensar o que está fazendo. Definitivamente não está fazendo sentido ou sendo útil todas as faixas exclusivas para bicicletas em todos e quaisquer locais para dar certa visibilidade; algumas destas, onde, sequer, meia dúzia de bicicletas circulam por dia. Se dá visibilidade, se evidencia um prefeito fazedor, empreendedor e moderno evidencia, também, uma série de contraindicações, qual seja a enorme desconfiança com relação aos valores e os custos ao erário público envolvidos nessas ações e até desconfianças mais sérias, do tipo se não tem gente ganhando irregularmente com isso.
Não estou revelando nada de novo. Nem em termos de dúvidas e desconfianças, nem em termos de rediscutir as possibilidades. Parte considerável da imprensa, bem como de políticos que fazem oposição ao governo de Haddad não acham ou não ou se acham não revelam motivos suficientemente nobres para a existência de ciclofaixas em todos os cantos.
Um exemplo próximo, até para não achar que falamos apenas do nosso umbigo que é São Mateus, uma das principais avenidas do bairro Cidade Tiradentes, onde existem amplos espaços nas calçadas onde poderiam estar instaladas as faixas para as bicicletas foram desconsideradas. Inexplicavelmente a prefeitura optou por estreitar as ruas para os automóveis ao invés de aproveitar o espaço generoso em grande parte dessas avenidas principais.
A gente não quer e nem tem intenção de ser do contra, principalmente para uma medida como essa, a de estimular o uso das bicicletas que, quando usadas correta e seguramente é boa para a saúde do cidadão e da cidade porque não poluente.
Caro prefeito, vá com calma, pedale menos e mais devagar e reveja essas medidas. De preferência recuando dessa sanha ‘ciclofaixistíca”(sic) onde os fatos provam que em razão dos traçados e demandas não precisa, não adianta. É meio óbio que não serve diminuir as vias para os carros e caminhões para privilegiar espaços que não são usados por ciclista algum.
Reveja alguns pontos, alguns lugares e estaremos pedalando juntos.
(LM)

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