A “Jornada de Trabalho 6×1”, que permite seis dias trabalhados para um dia de descanso, segue em discussão. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) – que visa substituir o modelo atual por uma semana de trabalho de quatro dias, com jornadas diárias de até oito horas e um limite de 36 horas semanais – vem sendo alvo de discussões.
De um lado, trabalhadores destacam os impactos positivos na saúde e nas relações familiares que a redução pode proporcionar. De outro, empregadores e entidades empresariais expressam preocupações sobre os possíveis impactos econômicos. Entre eles, o aumento dos custos operacionais e a redução de produtividade. Também há questionamentos sobre a manutenção dos salários e as condições de trabalho nesse novo regime.
Então eu pergunto: quem não gostaria de trabalhar menos e obter os mesmos ganhos? Creio que a maioria absoluta da população brasileira!
Ocorre que tal medida, que já teve o apoio de mais de 230 parlamentares, carece de estudos sobre os impactos causados com a possível aprovação do texto no Congresso. Além disso, não posso afirmar se, propositalmente, a discussão serve como uma cortina de fumaça para a sociedade não se aprofundar em assuntos relevantes para a melhor qualidade na relação entre empregados, empregadores e o custo Brasil para os cidadãos e as empresas.
Hoje o País perde competitividade no mercado global, especialmente nos setores da indústria e do varejo, justamente pelo excesso de burocracia e pela falta de incentivos do governo em apoiar as empresas com créditos e incentivos.
Para quem não sabe, um funcionário registrado, com carteira assinada, custa, no mínimo, 60% a mais do que ele ganha! O salário é baixo, mais o custo é alto!
Os pequenos e médios empreendedores são reféns das relações de trabalho devido uma legislação trabalhista que precisa, urgentemente, de atualização. Além disso, o Brasil vem se destacando como um Estado que gasta mais do que arrecada, apesar de ter uma das maiores cargas tributarias do mundo.
Nestes últimos meses o Brasil vem batendo recordes de arrecadação de impostos. Isso tem um impacto direto no desenvolvimento econômico e nas relações de trabalho.
Os incentivos à educação técnica e ao desenvolvimento da nossa juventude para se preparar para o futuro, através do estudo e do trabalho, são praticamente nulos. O que se vê são constantes estímulos à indisciplina, desrespeito a professores e autoridades.
Outra questão que deve ser considerada é que, com a diminuição da carga horária e a manutenção dos salários, os empresários teriam um custo maior. Só que, na prática, esse custo seria repassado a todos os consumidores.
Você estaria disposto a pagar R$ 90,00 pelo quilo da carne de segunda?
Eu poderia continuar com o texto elencando inúmeras questões relacionadas ao assunto, mas gostaria de deixar uma reflexão de Norman Cousins. Ela diz o seguinte: “A sabedoria está na antecipação das consequências”.
E, a todos que me perguntam se sou a favor de trabalhar menos e ganhar igual ou mais, eu respondo que sim!
Sou a favor, mas o problema está nas consequências. Do jeito que as coisas andam, ou nos posicionamos e mudamos o Brasil ou teremos, em breve, que mudar do Brasil, assim como fizeram, nos últimos anos, milhares de venezuelanos.
Marcelo Dória – Empresário e Professor de pós garduação em varejo popular na FGV, atua a mais de 20 anos na Zona Leste da Cidade de São Paulo no segmento de moda intima – Criador da Rede de Lojas Depósito da Lingerie. Graduado em Direito, Pós Graduado em Administração de Empresas pela PUC-SP, Mestre em Gestão para competitivdade pela FGV EAESP. Está na condição de Presidente da Camara dos Dirigentes Lojistas de São Mateus.
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