Mortes de motociclistas ultrapassam as de pedestres no trânsito de SP pela primeira vez, diz relatório

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Em 2018, a cidade de São Paulo totalizou 849 mortes no trânsito, 6,5% a mais que em 2017 segundo dados da CET e das Secretarias de Saúde e de Transporte e Mobilidade Urbana.

O número de mortes no trânsito de motociclistas ultrapassou o número mortes de pedestres pela primeira vez em São Paulo, de acordo com o Relatório Anual de Acidentes de Trânsito de 2018, da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e dados da Secretaria Municipal de Saúde e da Secretaria Municipal de Transporte e Mobilidade Urbana.

Em 2018, a capital paulista registrou 828 acidentes fatais de trânsito que vitimaram 849 pessoas. O número é 6,5% maior do total de mortes em 2017: 797 pessoas.

Do total de mortos no trânsito em 2018, 366 eram motociclistas e 349 pedestres. No ano anterior, morreram 331 pedestres e 311 motociclistas.

Motociclista morre em acidente envolvendo carreta na Marginal Tietê na Zona Norte de SP — Foto: Reprodução TV Globo Motociclista morre em acidente envolvendo carreta na Marginal Tietê na Zona Norte de SP — Foto: Reprodução TV Globo

Já o total de mortes de ciclistas no trânsito caiu de 37 em 2017 para 19 em 2018, uma redução de aproximadamente 50%.

A cada dez óbitos, oito vítimas são homens e duas são mulheres. O maior número de óbitos concentra-se na faixa dos 20 aos 39 anos de idade para os motociclistas e de 40 aos 69 anos para os pedestres.

Os acidentes fatais mais frequentes em 2018 foram os atropelamentos, com um total de 350, seguidos por colisões (entre dois veículos) e choques (impacto de um veículo contra um obstáculo fixo), que somaram, respectivamente, 235 e 148 ocorrências.

Os acidentes de trânsito fatais ocorrem, em sua maioria, nos períodos da madrugada e noite dos sábados e domingos. Um terço dos óbitos se dá no local do acidente e 95,8% até quinze dias depois.

A Marginal Pinheiros, as rodovias dos Bandeirantes e Raposo Tavares e a Marginal Tietê são as quatro vias em que mais ocorrem acidentes fatais na cidade de São Paulo.

Pela primeira vez desde 1979, a CET divulgou seu relatório anual cruzando informações com os dados das Secretarias de Saúde e de Mobilidade e Transportes.

Queda de 38% na década

No intervalo de uma década, de 2009 a 2018, tanto o número dos acidentes fatais como o das mortes decorrentes deles diminuíram 38%. O número de ocorrências com óbitos caiu de 1.347 em 2009, para 828 em 2018. O número de mortes teve redução de 1.382 para 849.

Também houve queda no número de acidentes com vítimas: em 2009 foram registrados 24.918 acidentes, ante 13.105 ocorrências em 2018, ou seja, uma queda de 47,4%. O total de pessoas vitimadas no trânsito caiu pela metade: 32.035 em 2009 contra 15.845 em 2018, equivalendo a uma redução de 50,5%.

Mortes a 2 km de casa

No caso de vítimas fatais, quatro em cada dez mortes em acidentes de trânsito em 2018 na capital ocorreram a menos de 2 quilômetros da casa da vítima. É o caso de 50% dos pedestres, 37% dos ciclistas, 35% dos condutores e passageiros, além de 27% dos motociclistas.

Dentre as 349 mortes de pedestres em 2019, 78 (22%) tinham 60 anos ou mais.

Morte de motofretistas quase dobra

Entre os motociclistas, 91% dos óbitos são de homens, com ocupação predominante de motofretistas (50 casos). O número de óbitos desses profissionais passou de 28, em 2017, para 50, no ano passado. A participação desses trabalhadores equivale a 14% dos motociclistas mortos e de aproximadamente 6% de todas as vítimas fatais.

Como medida para ampliar a segurança dos motociclistas, a Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes (SMT) voltou a proibir desde o dia 20 de maio a circulação de motos na pista expressa da Marginal Pinheiros, no sentido Castello Branco, das 22h às 5h.

Em 2017, a CET já havia feito a mesma proibição. Houve queda de 13 acidentes fatais envolvendo motos na Tietê, em 2017, para 10 no ano passado, uma redução de 23%.

Por TV Globo e G1 SP — São Paulo

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