Marcio França e Joaõ Doria no segundo turno para o governo de São Paulo
Se para a disputa a presidência da República os dois candidatos são diametralmente opostos; um a direita e o outro na centro-esquerda do espectro partidário e que contou com a preferência do eleitorado que tinha outras tantas alternativas, no estado de São Paulo a coisa é bem diferente e repete a mesmice de pelo menos os últimos 20 anos.
Dória pelo PSDB e Márcio França pelo PSB são muito, mas muito semelhantes. Mais do mesmo do que foram essas duas décadas de governos tucano no maior e mais vigoroso estado da União. O PSDB reina absoluto no coração, mentes e principalmente interesses do eleitorado paulista com mais ênfase no interior de Estado e as explicações podem ser as mais diversas que vão desde o suposto bom desempenho tucano até o receio de quem a situação é, ao contrário ruim, mas com a mudança pode piorar.
O PSB de Márcio França apesar de um posicionamento mais independente em nível nacional, em São Paulo sempre tem feito companhia e cumplicidade aos governos do PSDB que agora tem João Dória como candidato, apesar da notória contrariedade dos tucanos históricos, e até mesmo do candidato à presidência derrotado, o ex-governador Geral Alckmin. Agora o PSB tenta se apartar da imagem de linha auxiliar do tucanato, mas com pouca ou quase nenhuma margem de manobra e capacidade de convencer o eleitor.
Mas se os dois tão semelhantes estão em lados opostos agora na disputa, isso tem menos a ver com a diferença dos dois partidos no Estado e mais sobre um desconforto com o polêmico, mas aparentemente muito querido por muitos, João Dória.
João Dória, empreendedor, posa de liberal convicto que pretende enxugar o Estado, mas ao longo de sua vida profissional teve relações de negócios e, portanto, muitos benefícios desse mesmo Estado que pretende enxugar. Dória tem aparecido; a depender dos olhos de quem o vê, como o cara adequado para por ordem na coisa pelo viés do durão que vai entre outras coisas e entre elas que não é sua tarefa ‘acabar com o PT e o Lula’. Podemos perguntar em que isso interessa ao governo do Estado paulista. O que isso tem a ver com a orientação, desenvolvimento sustentável e melhores condições de vida para todos os paulistas e não apenas para setores dele?
Por parte de outros olhares, a eleição de Dória é desastrosa, e muito por isso pessoas apostam e fazem campanha de voto útil no Márcio França. São simpatizantes do PSB, mas são, também, aqueles que acham equivocado, enganoso e truculento o que Doria promete como gestão governamental. Márcio França (PSB), então, aparece nesse quadro como um político menos rançoso e truculento e com uma proposta mais flexível de governo.
O que se vê, entretanto é que enquanto Doria apimenta a campanha, França a suaviza. É a única coisa que podem fazer, afinal conforme argumentado acima eles são muito próximos, andaram de mãos dadas durante muito tempo. Só que desta vez a intenção de uma parte dos eleitores do Márcio França tem mais a ver com as promessas não cumpridas do candidato Doria que, por exemplo, prometeu cumprir todo o mandato de prefeito quando foi eleito o que não o fez e com as manobras que impôs contra o seu padrinho político Geraldo Alckmin que, com razão, não diz, mas se sente traído.
Ou seja, nada muito diferente e mais do mesmo para o Estado de São Paulo
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