O Jardim Elizabete II, em São Mateus, fica nas proximidades do Rodolfo Pirani e do São Francisco e se trata de uma área privada invadida por grileiros e oportunistas que venderam lotes para moradia em dois momentos. A primeira parte como Elizabete I e a segunda como Elizabete II, onde estão os principais problemas que a reportagem foi conhecer.
Somadas as áreas por volta de 1000 famílias residem no local. A primeira ocupação foi em meados dos anos 90 e a segunda, mais recente, em 2012. Trata-se, conforme disseram a reportagem, de uma área particular em que houve um litigio resolvido em favor dos ocupantes que agora buscam regularização e serviços básicos, principalmente na segunda ocupação.
A reportagem visitou e viu as carências do local acompanhado por membros de associação local; de Ademilson Ferreira da Silva, Cilene Araújo Santos, diversos moradores e Douglas Alves, liderança local.
A primeira ocupação já se consolidou um pouco melhor como bairro e conta com serviços de energia e saneamento, água e esgoto e pavimentação; já a segunda demanda tudo isso e um pouco mais.
Conforme matéria recente deste jornal, no quesito água, a Sabesp estaria preparada para oferecê-la com regularidade, mas falta a tal da autorização dos proprietários.
Como essa propriedade ainda não está regular as dificuldades se mantém. Enquanto isso o uso da água é clandestino. Em alguns casos alguns moradores se cotizam para comprar bombas para extrair melhor a água e sempre há o risco de queima dessas bombas quando a água que está sendo extraída não está disponível. Já quanto ao saneamento ele é inexistente; alguns usam fossas sépticas e outros fazem o despejo do esgoto nas ruas mesmo.
A ocupação Elizabete II fica próxima aos dutos da Petrobrás e o atendimento das necessidades básicas já é de conhecimento das autoridades, nesses anos de lutas e reivindicações. Já procuraram a subprefeitura e a Secretaria da habitação sem respostas plausíveis. Ofícios e documentos exibidos durante a reportagem datam de 2016, ou antes, ainda.
Buracos enormes nas ruas da comunidade não permitem a circulação de peruas escolares ou de ambulâncias que tenham que transitar em socorro por ali. Quando chove o risco é dobrado e crianças deixam de frequentas as escolas, disseram.
Endereços para correspondência, nem pensar, também não são viáveis. Quando se faz necessário o morador usa as unidades básicas de saúde no bairro vizinho, São Francisco.
A indignação faz parte do humor dos moradores, afinal a principal ironia da situação é o fato do Elizabete I e II não ser uma ocupação de terreno alheio, pura e simples. Era um loteamento clandestino intermediado por oportunistas vendendo lotes para famílias desavisadas. Vendiam aquilo que não lhes pertencia, enquanto isso a penúria dos moradores continua.
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