A boca corrente se diz que sem estradas e caminhões o Brasil para. Para mesmo, pois é resultado de uma politica equivocada lá dos anos 50 do século passado quando então os governos nacionais entreguistas se curvaram aos interesses estrangeiros das montadoras de veículos e iniciaram o sucateamento das linhas ferroviárias que prestava o serviço de transporte de carga e passageiros.
Mais ainda é público e notório que as linhas de trens, se prestigiadas poderiam ser ainda hoje uma alternativa viável, mais econômica e sustentável de fazer o transporte em grande parte do Brasil, mas como o erro foi cometido o pagamento da fatura ainda é feito.
A lembrança disso serve apenas para contextualizar a atual situação e essa não é boa. Bastou aumentar o valor dos combustíveis sem a contrapartida no aumento do valor do frete que a coisa parou. Parou mesmo. No dia 24 em Santos, São Paulo e em outros 10 estados os caminhoneiros fizeram manifestações de protestos que incluiu, claro, parar as rodovias para o desespero de outros condutores de veículos que por elas transitavam.
Em Santos o pau comeu, aparentemente iniciado pelos caminhoneiros diante da tentativa da Polícia Militar cumprindo ordens e determinação legal de desobstruir as vias. Apos várias horas de negociações uma parte dos manifestantes desocupou as pistas retirando seus caminhões, mas parte radicalizou atravessando carretas na rodovia e despejando mercadorias que transportavam no asfalto. Só depois de muita operação da PM conseguiu-se desobstruir as vias.
Mas ao que interessa do ponto de vista seu leitor que não é caminhoneiro. É que a sua próxima feira vai tirar um dinheirinho extra do seu bolso caso queira os produtos que já estão faltando, porque não conseguem chegar aos centros de distribuição. Fatalmente você também vai acabar arcando com alguns reajustes que tendem a ser feito pelas empresas corrigindo para cima os valores dos fretes para transportar as mercadorias. Como produtor ou o fabricante não vão querer perder dinheiro e o transportador precisará ser alisado a conta vai cair no nosso colo.
E é claro, de novo, que isso lhe causará a irritação de sempre, quando não que você aperte ainda mais o cinto, que você faça malabarismos para comprar o que precisa e também dispensar ou suspender aquelas coisas que não lhe fazem falta imediata. E é claro que caberá a você, de novo, reclamar do governo, que só pensa no dele ajudado pelo escarcéu despolitizado que vão fazer aqueles apresentadores histéricos do final da tarde, começo da noite na TV aberta.
O problema disso tudo, não é apenas a conta a ser paga. É o reconhecimento de que agora, estaremos na mão do humor desse governo, dos produtores e fabricantes e dos transportadores, meio sem ter para onde correr. Reclamar ao bispo, não resolve, da mesma maneira que não resolve olhar para trás e ficar com saudades do tempo em que o trem poderia, caso prestigiado, cortar o país de ponta a ponta. Alias, pode sim, ainda é tempo de decisões sustentáveis, mas ai é preciso um governo ou governantes que sejam antes de tudo grande estadistas e que independente do custo façam o melhor para a sua população e isso ou esse não está no horizonte próximo. Uma pena!
(LM)
Eleitor paulistano fica refém da baixaria eleitoral
16 de setembro de 2024Quando quem devia nos defender e proteger é aquele que nos silencia
28 de março de 2024A cada um, cabe a sua parte
15 de setembro de 2021
Leave a reply Cancelar resposta
-
Público da Street League elege Luan Oliveira o favorito de 2014
15 de janeiro de 2015