O cenário da corrida para a prefeitura de São Paulo tem sido marcado em alguns momentos por uma lamentável falta de respeito com o eleitor. Candidatos que deveriam debater propostas relevantes para a maior e mais rica cidade do país têm transformado as arenas de debates, tanto na TV quanto em portais, em verdadeiros palcos de rixas, ofensas pessoais e lacração. Entre os principais postulantes ao cargo, nomes conhecidos se destacam não apenas pelo currículo, mas pelos constantes embates que pouco agregam à população.
Os debates, que deveriam ser o espaço para apresentação de ideias e soluções concretas, tornaram-se vitrines de discursos vazios, onde o espetáculo de agressões verbais e trocas de insinuações parece importar mais do que as soluções aos problemas da cidade. É preocupante ver que propostas de governo têm sido ofuscadas por esse clima de polarização exacerbada, em que a busca por likes e viralizações nas redes sociais tem superado o compromisso com o futuro dos paulistanos.
Falta qualidade –
Dados recentes das pesquisas mostram uma polarização crescente, refletindo o desgaste da população com a qualidade dos debates. A falta de propostas claras e concretas tem levado muitos eleitores a indecisão, ou até mesmo ao desinteresse pelo pleito. Enquanto alguns candidatos se destacam por manter o foco em um debate programático, outros insistem na troca de acusações, o que gera um ambiente hostil e pouco produtivo.
Esse cenário caótico levou, inclusive, à desistência de alguns candidatos de participarem dos debates, justamente por se recusarem a entrar no jogo da lacração e das ofensas. Com isso, quem perde é o eleitor, que fica sem acesso a informações que poderiam ser essenciais para uma decisão consciente. O desprezo pela qualidade do debate é um desserviço à democracia e um desrespeito à população paulistana.
Diante desse quadro, é fundamental que o eleitor de São Paulo faça uma reflexão mais profunda sobre os candidatos. Pesquisar o histórico de quem se apresenta, avaliar o que já foi feito em gestões anteriores e, sobretudo, verificar a consistência das propostas é a única maneira de evitar que promessas vazias prevaleçam. Nossa cidade exige soluções robustas e líderes capazes de enfrentar desafios complexos, e não aventureiros em busca de fama.
Portanto, este é o momento de se distanciar das brigas e focar no que realmente importa: o futuro do município. A escolha certa será aquela que garantir um projeto sólido e coerente para São Paulo. O eleitor tem em mãos a responsabilidade de decidir quem está preparado para tal desafio.
Até o momento, a disputa vem contando com três líderes: Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB). Os demais concorrentes são José Luiz Datena (PSDB), Tabata Amaral (PSB), Marina Helena (Novo), Ricardo Neses (UP) e João Pimenta (PCO).
Lucy Mendonça
Jornalista responsável pelo Jornal
Gazeta São Mateus
MTB 43029-SP
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