Conhecer para defender a democracia

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Diante do que pode estar sendo ensaiado pela nova gestão da República, é preciso estar alerta e ter em mente a necessidade de promover um grande movimento nacional para reafirmar os direitos consagrados na Constituição de 1988 antes que os novos governantes comecem a mudar a história e a partir das escolas.
Para que exista um Estado de Direito será preciso entender que a democracia também só será viável havendo Segurança Jurídica que se sustenta respeitando as leis, a começar e principalmente pela Lei Maior, a Constituição.
Na história da humanidade foram séculos de lutas dos povos até que se chegasse ao lema consagrado pela Revolução Francesa, de Igualdade, Fraternidade e Liberdade. Comecemos pela última e reconheçamos as dificuldades em até mesmo fazer o ser humano entender e aceitar ser livre; um dos principais empecilhos para isso é a pior das servidões: a servidão intelectual.
O início dessa libertação, que parecemos ter, mas não em sua plenitude, se dá através do conhecimento dos direitos que a humanidade vem tentando consolidar através da história. Até para reafirmar essa condição humana, as Nações Unidas aprovaram a Carta Universal dos Direitos Humanos e seus princípios básicos estão inseridos em todas as Constituições, inclusive a nossa, dos países signatários, como o nosso.
Diante disso e do que se avizinha é pertinente que todos os estamentos da sociedade possam formar grupos para ler, estudar, compreender e comentar a Constituição da República Federativa do Brasil, a Constituição Cidadã de 1988, pois ali estão descritos todos os deveres e direitos dos cidadãos residentes no Brasil e que precisam se garantidos e preservados pelos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, ou seja, muito acima da vontade e desejo deste ou aquele mandatário eleito ou não.
É muito pertinente discutir o papel do Estado e seus servidores, dos proprietários de meios de produção industrial, agro, mineiro, florestal, dos trabalhadores e em todos os setores da atividade humana. A ideia aqui é assegurar que o conhecimento ou até uma revolução cultural se dê com o estudo dos direitos fundamentais das pessoas adotadas mundialmente e sagradas na Constituição. É a tal da proposta de reafirmar a democracia. Democracia que se faz em obediência às leis e respeito aos direitos dos outros.
Conhecer a Constituição, a carta que nos rege ou deveria reger não tem nada de subversivo ou de contestação ao novo governo e de tal não pode ser acusado. É apenas a afirmação da cidadania e da desejada soberania dos povos. Os mandatários que acham que tudo podem e que, inclusive querem de cima pra baixo determinar o que é melhor, tem que aprender a conviver com a desejada superação da servidão intelectual do povo brasileiro. (JMN)

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