Como o desmatamento da Amazônia pode afetar nossa saúde
O Dia da Amazônia foi celebrado em 5 de setembro por ser a data de criação da província do Amazonas, por Dom Pedro II em 1850. A data busca chamar atenção para o bioma que é a maior floresta tropical do mundo, reforçando a necessidade de sua preservação e do uso sustentável das matérias primas que a floresta propicia. A Amazônia é importante não apenas para a vida que abriga em seu território, mas para a saúde ambiental do planeta e do ser humano.
São 40 mil espécies de plantas, milhões de insetos e 400 mamíferos que estima-se ter na Amazônia, floresta que ocupa sete milhões de quilômetros quadrados e faz parte de nove países da América do Sul. O especialista em Gestão de Resíduos Sólidos e fundador da Oceano Resíduos, Rafael Zarvos, alerta a necessidade das pessoas entenderem que desmatamento e doenças estão relacionados.
Risco potencializado
“Infelizmente, somos a única espécie capaz de destruir e de ameaçar a nossa própria sobrevivência. A forma como a sociedade está transformando o meio ambiente e reduzindo os habitats naturais, faz com que animais silvestres e seres humanos se aproximem. Isso potencializa o risco de transmissão de variados patógenos da espécie deles para a nossa”, explica Zarvos.
A degradação ambiental ocorre há anos, e cada vez mais vemos de perto como esse descaso com as florestas interfere diretamente na vida da população. Estudos científicos já atestaram que o desmatamento gera uma cadeia de acontecimentos complexos, criando meios para que diferentes patógenos se espalhem – podemos citar a doença de Lyme e a malária, por exemplo.
Doenças como a zika, a dengue e chikungunya contabilizaram um aumento de 248% do número de casos no ano de 2019, e são exemplos de enfermidades que chegaram aos ambientes urbanos pelo avanço do desmatamento em áreas florestais. “A destruição da natureza coloca em risco a nossa própria existência. O coronavírus, por exemplo, responsável pela pandemia que vivemos, é fruto do contato de humanos com morcegos“, destaca Rafael.
Saúde e meio ambiente
Em relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), é possível ver que a cada quatro meses o ser humano tem uma infecção originária de problemas relacionados ao meio ambiente, e que 75% das doenças são de origem animal. O consumo de carne crua de animais silvestres, o desmatamento, as mudanças climáticas e o tráfico ilegal de animais silvestres são fatores que contribuem para facilitar o contágio de seres humanos por patógenos que vivem na natureza e em espécies selvagens.
“Cientistas especulam que o vírus que desencadeará a próxima pandemia já está em circulação, é só uma questão de tempo até sermos atingidos. Isso prova que está mais do que na hora de prestarmos atenção no consumo de produtos, além de pequenos hábitos do dia a dia que podem ser cruciais para ajudar o meio ambiente e a nós mesmos“, finaliza o Zarvos.
Por
Redação CicloVivo
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