Comércio de SP tem prejuízo de R$ 110 milhões com a chuva desta segunda, estima federação
Para o assessor econômico da Fecomércio, Guilherme Dietze, os alagamentos que pararam a Grande São Paulo foram um ‘balde de água fria para o comércio’, que já tem em fevereiro o pior mês do ano.
A Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP) estimou que os prejuízos causados pela chuva na Grande São Paulo nesta segunda-feira (10) devem chegar a R$ 110 milhões.
O número, segundo a entidade, corresponde a 11% da receita diária do comércio instalado na capital, em Osasco, Guarulhos e as nas cidades do ABDC paulista atingidas pela forte enxurrada deste início de semana. Por dia, essas áreas faturam cerca de R$1,02 bilhão, de acordo com os cálculos da entidade.
Para o assessor econômico da Fecomércio-SP, Guilherme Dietze, os alagamentos que pararam a Grande São Paulo foram um “balde de água fria para o comércio”, que já tem em fevereiro o pior mês do ano.
“Por causa do carnaval e também por ser um mês mais curto, historicamente fevereiro é o mês mais fraco para qualquer comerciante no ano. E essa enxurrada foi um balde de água fria, não só para o comerciante que teve a loja atingida por alagamentos. Como ninguém conseguiu circular por essas cidades, o movimento nas lojas foi muito ruim, prejudicando todo o comércio como um todo”, explica Dietze.
Embora a maioria dos comerciantes afetados ainda esteja contando os prejuízos, o assessor econômico da Fecomércio-SP estima que o impacto global dessa segunda-feira caótica deve significar apenas 0,4% do faturamento mensal de R$ 30 bilhões do comércio nessas cidades.
“Não há dúvida que para o comerciante que perdeu estrutura física ou estoque com os alagamentos há um impacto seríssimo. Mas no contexto global, ele é baixo porque tivemos apenas um dia de paralisação geral do comércio. Mas a normalização vai depender do ritmo de refluxo dos alagamentos e da volta à normalidade dessas regiões impactadas”, explica Guilherme Dietze.
Prejuízo
Exemplo desse prejuízo acumulado pelo comércio é do microempresário Romário Pereira de Jesus, que há menos de três semanas abriu uma pequena loja de móveis planejados na Vila Guilherme, na Zona Norte de São Paulo.
Marceneiro de profissão, ele montou o showroom em parceria com a esposa, mas perdeu todos os equipamentos que tinha adquirido recentemente com as chuvas desta segunda-feira, acumulando R$ 80 mil em prejuízos.
“Tem três semanas que a gente está aqui. E tá tudo debaixo d’água. Não deu tempo de fazer seguro de nada. Perdemos notebook, geladeira, tudo. Todos os móveis perdidos. As mesas de atendimento, os móveis de mostruário. Tudo pra dentro d´água”, lamenta.
Retomada
Na avaliação da Fecomércio-SP, o comércio deve voltar à normalidade apenas entre quarta e quinta-feira, se as chuvas diminuírem e voltarem ao fluxo esperado para o mês de fevereiro. Em locais mais afetados como a Ceagesp, que é o maior fornecedor de restaurantes, supermercados e pequenos comércios de São Paulo, esse período de volta à normalidade deve ser maior.
“A Ceagesp com certeza vai acumular prejuízos acentuados, mas devemos considerar que muitos caminhões ficaram presos nas estradas e não conseguiram entrar na cidade. E são eles que devem acelerar a retomada das atividades no entreposto, que só deve acontecer entre quinta e sexta-feira”, avalia o economista.
A Ceagesp comercializa diariamente cerca de 12 mil toneladas de alimentos diariamente. Os prejuízos ainda não foram contabilizados, mas o órgão anunciou que não abrirá nesta terça-feira (11), a fim de contabilizar as perdas e realizar os reparos necessários.
Frete
De acordo com FreteBras, plataforma de transporte de cargas, a busca por fretes despencou 70% e as cargas disponíveis caíram 44% em São Paulo em dia de chuvas.
Por Rodrigo Rodrigues
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