Com a pandemia São Paulo tem virado a Cidade dos Famintos Sem Tetos e Sem Esperança
Basta uma volta pelo centro da cidade mais rica do Brasil para chegarmos a uma dolorosa conclusão: estamos nos tornando uma nação de miseráveis, desalentados e desesperançados. Se o terceiro maior orçamento do país não é suficiente para solucionar – ou ao menos reduzir – a fila crescente de pessoas em situação de rua, à espera de doações, marmitas e ajuda de entidades e voluntários, o que será de estados menos favorecidos?
Entidades da sociedade civil organizada voltadas para a segurança alimentar chamam atenção para o agravamento da pobreza e da fome neste período de pandemia do coronavírus. Na capital paulista, triplicou o número de pessoas vivendo nas ruas. Estima-se que 60 mil se encontrem nessa situação – eram em torno de 30 mil antes da crise sanitária – segundo a Prefeitura de São Paulo.
Milhares são trabalhadores que perderam o emprego e se viram de uma hora para a outra despejados dos seus lares por não poderem mais arcar com o aluguel. Tem jovens, adultos, idosos e famílias com bebê de colo, enfrentado filas quilométricas para receber marmitas distribuídas por padres franciscanos no largo São Francisco, no centro, na porta de ONGs, comunidades e associações.
Sem emprego e sem moradia, só resta a rua para abrigar os menos favorecidos
Levantamentos dão conta 19 milhões de brasileiros estão em situação grave em relação ao acesso à alimentação. Pelo menos 55,2% (116 milhões) da população sofrem alguma ameaça ao direito aos alimentos. Cenário ainda mais sombrio junto à parcela vítima da extrema pobreza, sobretudo mulheres chefes de família, pretas, com pouca ou nenhuma escolaridade e trabalho informal.
A diminuição do valor do auxílio emergencial repassado à população mais vulnerável dificulta ainda mais o acesso à comida. Se R$ 600 já eram insuficientes, o que fazer com R$ 150, R$ 370?
No município, um botijão de gás não sai por menos de R$ 100, o quilo de carne bovina R$ 40 e a energia elétrica, com o sexto aumento em seis meses, chegou na bandeira tarifária vermelha 2, a mais alta. Os preços do óleo de soja e do arroz dispararam 103,79% e 76,01%, respectivamente. E a cesta básica do paulistano no mercado hoje está em média R$ 500.
Além disso, sem acesso a condições mínimas de higiene, alimentação e assistência médica, os mais pobres correm duas vezes mais riscos de se infectarem com o vírus da Covid-19 do que os mais ricos. É o que diz um estudo recente feito pela Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul. Os dados foram publicados na revista científica “The Lancet”, uma das mais conceituadas do mundo.
Por Lucy Mendonça
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