Com 100 milhões sem esgoto, saneamento é desafio em pandemia
Presidente do Instituto Iguá de Sustentabilidade defende medidas de gestão comunitária para universalização do saneamento básico
Se, por um lado, a demanda mais básica para lutar contra a contaminação pela covid-19 é o simples ato de lavar as mãos, no Brasil, o hábito é praticamente impossível para pelo menos 35 milhões de pessoas que vivem sem água encanada e 100 milhões sem coleta de esgoto.
Marco do saneamento básico
Com a pandemia do novo coronavírus, marco regulatório do saneamento básico previsto no projeto de lei 4.162 entrou nas prioridades de análise do senado, O projeto, que possibilita a entrada de capital do setor privado, tem enfrentado resistência dos governadores de todas as regiões do país, que argumentaram que as licitações levariam a desvalorização de empresas estatais do setor.
Para a diretora do instituto de sustentabilidade, o marco permite arranjos para municípios que não possuem viabilidade econômica para investir em saneamento, mas defende que ainda faltam soluções descentralizadas e modelos de gestão comunitária.
“Falta uma agenda de inovação”, explica. “Quando apenas focados em infraestrutura, 50% dos investimentos em saneamento ficam sucateados por falta de gestão, que pode ser feita pela própria comunidade se capacitada.”
Por Nayara Fernandes
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