Câmara Municipal faz sessão em São Mateus
Por iniciativa da atual legislatura, a Câmara Municipal de São Paulo resolveu promover um dia de sessão em cada bairro ou, principalmente, em cada região administrativa da cidade de São Paulo. No dia 11 foi à vez de São Mateus. Para o CEU São Mateus acorreram mais de 600 pessoas que ouviram discursos e apresentaram pautas e reivindicações ao colegiado presente durante a manhã e início da tarde.
Aos moldes solenes das sessões na sede principal da Câmara, o presidente Antônio Donato informou sobre a dinâmica do dia que incluiu abertura dos trabalhos por ele próprio seguido das falas da senadora Marta Suplicy ex-petista e atualmente sem partido e o secretário municipal de relações institucionais Alfredo Padilha que falou ao final do expediente. Diversas outras autoridades estiveram presentes, entre eles o subprefeito de São Mateus, Fábio Santos.
Registre-se que a fala dos vereadores na cerimônia foram de importância secundária, cabendo a maior parte deles, em número menor do que 30 num universo de 55 vereadores, falar sobre si próprio ou de sua relação com o bairro dos três distritos. Alguns aproveitaram para criticar a atual gestão da cidade enquanto outros a defenderam.
Todo o trabalho foi gravado e o áudio já está disponível para a escuta dos interessados. Da mesma forma a TV da Câmara Municipal iria retransmitir o encontro em sua integra em sua programação da semana seguinte.
Quase uma hora e meia depois de iniciada foi a vez de 30 pessoas sorteadas entre os 114 que se inscreveram fazer suas intervenções, na maior parte das vezes reforçando as demandas de suas comunidades que, via de regra, já está na pauta há algum tempo. O apelo da maioria ia na direção de conseguir o comprometimento e o apoio dos vereadores para suas demandas, a maior parte delas dirigidas ao Executivo municipal.
Quando puderam falar, o que disseram as lideranças
Para evitar o cansaço do leitor à reportagem optou por destacar os principais trechos das falas dos 30 moradores ou lideranças selecionadas, vamos a elas.
Cristina da Silva Marins coordenadora de um programa de moradia no Parque Boa Esperança ressaltou a importância daquela ‘escuta’ e solicitou empenho dos vereadores para que o executivo seja mais ágil no tramite dos processos de construção de unidades habitacionais populares, como é o caso de um projeto que ela coordena de 160 apartamentos naquela localidade. A liderança ainda indicou a necessidade de fortalecer o programa Minha Casa, Minha Vida em São Mateus.
Paulo Sérgio da Silveira falou em nome do Jardim Nova São Paulo que faz parte do Jardim Santo André, extremo leste onde um loteamento aprovado com 400 famílias ainda carece de muitas melhorias e de reconhecimento dessa aprovação. O local, segundo ele, ainda não tem código de endereçamento postal, CEP próprios, iluminação. Apesar de pagarem IPTU, diz Paulo Sérgio, o loteamento parece não regular junto a Eletropaulo, por exemplo.
Fábio Rodrigues de Jesus falou sobre o avanço na atual administração e na importância da aproximação com o parlamento. Indica que os recursos para as políticas públicas devem ser discutidas mais próximas da população onde ficam mais claras as prioridades. Destacou as medidas de mobilidade adotadas pela atual gestão como corretas e necessárias. “A maioria da população precisa da Avenida Mateo Bei mais ágil, portanto faixa exclusiva de ônibus é uma medida correta”, considerou. Também destacou a necessidade de aumentar os recursos para investimento em cultura e esportes em São Mateus.
Jerônimo Barreto da Silva, falando pela comunidade do Jardim São Francisco se lembrou de agradecer a senadora Marta Suplicy, pelo fato de quando prefeita ter viabilizado o início da regularização fundiária da sua região. “Hoje somos 70 mil famílias beneficiadas, mas ainda precisamos de mais”, indicou. Também aproveitou para citar o que considera uma omissão da Dersa, vinculada ao governo do Estado sobre as contrapartidas que deveriam ser dadas aos moradores que foram removidos para a expansão do Rodoanel.
Aline de Jesus, do Jardim da Conquista criticou o fato do atual subprefeito não ter ido a nenhuma oportunidade aquele bairro. Pelo menos que ela saiba. Ainda sobre o impacto do rodoanel, Aline destacou que certas localidades têm problemas com enchentes, com excesso de lixo e sem asfaltamento de algumas ruas. Criticou a falta das contrapartidas da empresa responsável pelo rodoanel.
Lourival Delfino começou sua fala dizendo que não deve nada aos vereadores e solicitou que assessores ou pessoas ligadas aos mandatos abrissem mão de ocupar a tribuna que, segundo ele, deveria ser ocupado pelos moradores e suas lideranças. Criticou a intervenção que se pretendia fazer na Avenida Mateo Bei, com o risco de enfraquecimento do comércio localmente e lembrou-se da demanda antiga de canalização do Córrego Riacho dos Machados. Foi mais longe e se comprometeu a ‘ir cuidar de sua vida’ e a se retirar das criticas quando essa obra que teve início continuar e tiver um fim.
Fátima Magalhães denunciou as dificuldades das crianças para frequentar escolas longe de suas casas. Criticou a falta de equipamentos públicos eventualmente prometidos como o do Jardim Cipoaba, uma unidade do centro de educação unificado CEU que havia sido prometido e projetado para o distrito São Rafael; o espaço do Cruzeirinho, o CDC do Parque São Rafael, a casa de cultura e espaço para os idosos, além da área de preservação ambiental APA do Morro do Cruzeiro. Falta ainda a poda do mato e uma unidade do CAPS no Parque São Rafael.
Ângelo Iervolino, do GT de Meio Ambiente do Fórum para o Desenvolvimento da Zona Leste reclamou pelo fato de São Mateus sofrer sendo o depositário de considerável parte do lixo da cidade com inúmeros aterros que se somam e se ampliam; com a central de triagem de resíduos sólidos sem um funcionamento adequado e intenso da coleta seletiva. Apesar dos esforços das cooperativas dos catadores a situação não se modifica para melhor, Criticou também a falta de espaços de lazer e o descuido com as áreas de cabeceira do Aricanduva.
Nair Rezende, do Instituto Padre Moreira criticou a falta de poda de mato e a composição reduzida das equipes de serviços urbanos e a necessidade de aumentar os recursos destinados ao distrito de São Mateus, além da liberação mais ágil dos R$ 60 milhões previstos no atual orçamento. Também se referiu à necessidade de finalizar a canalização do Córrego Riacho dos Machados.
Ademir Ferraz de Souza começou solicitando atenção dos vereadores que na ocasião pareciam dispersos. Morador do Jardim Rodolfo Pirani e São Rafael, falou sobre a criação do Parque do Cipoaba lembrando que só ele já demandaria praticamente todo o volume destinado ao bairro o que, segundo ele, é um forte indício de que nada será feito. Disse que está cansado de promessas e que a comunidade precisa de retorno efetivo sobre suas demandas.
Manoel Lopes da Silva solicitou que se providencie uma saída do Parque Boa Esperança e Jardim da Conquista pelo Jardim Santa Barbara de forma a facilitar a mobilidade daqueles moradores. Para tanto, destacou que se faz necessário apenas uma adaptação em uma das travessas da Rua Sinhá Moça. Também pediu melhorias no atendimento a saúde mental na região.
Nicolas Peres se diz representando os interesses dos alunos e professores da Escola Estadual Jardim Iguatemi sobre o fato dos alunos serem assaltados a caminho da escola bem como a apreensão dos professores que também são por vezes, vitimas dos meliantes que andam no entorno da escola. Reclamou do fato de nenhuma base comunitária nas proximidades da escola.
O boliviano Franklin Apasa representando a comunidade boliviana que mora na Vila Bela, também pleiteou atenção para a segurança no local que também vitimiza os alunos durante o trajeto da escola para casa.
Na ausência de um dos sorteados, liderança critica gestão
Chamado ao plenário para falar, Lídio José de Souza não estava presente. Em seu lugar, dizendo que o ausente lhe teria cedido a oportunidade, apresentou-se Valdir Sampel comerciante que disse gerar 10 empregos estava inconformado com algumas falas elogiando o prefeito Fernando Haddad. Os motivos, segundo ele, a greve dos professores _não se atentando para o fato de que os professores são da rede estadual, portanto da alçada do governador do Estado. Também criticou o aumento do IPTU, a ausência de mais médicos para o bairro e o abandono do CDC Vera Cruz “um depósito de bandidos”. Reclamou da exigência da sacola plástica. “Como aceitar Padilha, como governador, tem gente morrendo aqui”, foi emendando. “Temos que defender o comércio de São Mateus na Mateo Bei e não admito a ciclofaixa na Avenida Satelite.”, acrescentou.
Falando em seguida o presidente da Câmara Diretora de Lojistas de São Mateus, Marcelo Doria criticou as criticas com relação ao governo sobre as demandas não atendidas indicando que estas, em sua maioria, são demandas históricas que passaram por diversas administrações. Também criticou as criticas e as defesas de partidos, dizendo que o foco é o interesse pelo desenvolvimento sustentável de São Mateus. “Os problemas existem e devem ser tratados; temos áreas verdes sem conservação. Temos que pensar a mobilidade também adotando políticas para geração de empregos localmente, na periferia, que é onde precisa e fixa o trabalhador”. Mostrou contrariedade com relação à alteração do zoneamento no Parque São Lourenço que permitirá construção de moradias ao lado de indústrias e questiona a qualidade de vida que poderá se ter com a medida. Com relação à Avenida Mateo Bei ela precisa ser pensada para além dos carros, ter melhor funcionalidade, citando a falta de sincronismo entre os semáforos. Pleiteia o revigoramento da principal avenida e esforços concentrados para a regularização fundiária, uma vez que as ocupações já estão feitas.
Maria Aparecida Oliveira que é membro do conselho participativo de São Mateus destacou a situação da saúde, com a falta de médicos e medicação nas unidades existentes. Lembrou que a ausência de regularização de diversas vilas tem inibido a possibilidade de novas unidades nesses locais de grande concentração de moradores. Queixou-se também da distribuição injusta de recursos entre as zonas da cidade com a escassez para a Zona Leste e principalmente para São Mateus. Falou sobre os esforços de praticas alternativas como forma de prevenção em saúde e que precisam ser ampliados, mas lembrou da ausência de ações em governos anteriores.
Pelo Jardim das Laranjeiras, Miguel estendeu as reclamações já registradas por outras comunidades, mas lembrou de que mesmo as grandes intervenções como a da instalação do monotrilho que passaria por São Mateus estarem com as obras estagnadas.
Gil Diniz dizendo-se membro do grupo Democracia e Liberdade citou apenas os vereadores que hoje são de oposição a atual gestão e reclamou da falta de vagas nas escolas de educação infantil em São Mateus além de fazer proselitismo lembrando e convocando as pessoas para a manifestação que ocorreria no dia seguinte, 12, conforme ocorreu, dizendo que ela seria também contra o prefeito Haddad, causando certo desconforto entre os presentes.
Verônica Calixto disse que Fernando Haddad prometeu regularização da Vila Bela e que a comunidade ainda aguarda que isso ocorra.
Pedro Luís Karamikov, morador há 37 anos no Jardim Santo André preferiu encaminhar perguntas que ficaram sem respostas públicas e imediatas. Porque, quase sem exceção as obras em praças estão sob responsabilidade de apenas uma empresa? Houve verbas destinadas à construção de um centro cultural onde ocorreu uma tragédia na Avenida Mateo Bei com vítimas, onde estão elas e cadê o centro cultural? Porque a prestação de contas da subprefeitura não está disponível no portal da prefeitura? O Morro do Cruzeiro, segundo ele, está catalogado para ser uma área preservada desde 1959, o que se está fazendo de concreto para que isso ocorra? O morador ainda questionou porque as nascentes de São Mateus não estão nominadas e cuidadas e porque São Mateus tem a característica de deposito de lixo e de gente, eventualmente fazendo alusão ao fato de que São Mateus é uma das poucas áreas na cidade que ainda sofre com ocupações irregulares e continuadas.
Hamilton Clemente lembrou aos presentes que a greve dos professores é de alçada do governador do Estado, praticamente respondendo a uma provocação anterior, mas foi além lembrando que esse governo, do PSDB já está a 30 anos do poder e agora “matando as pessoas de sede”. Com relação ao Jardim da Conquista disse que aquele local só foi lembrado nas administrações petistas. Primeiro com a Erundina, anos depois com a Marta Suplicy, então no PT e agora com o prefeito Fernando Haddad. ‘“Agora estamos com a regularização sendo encaminhada e com mais de cinco mil famílias recebendo a escritura de suas casas”, disse. Queixou-se entretanto da baixa distribuição das equipes de saúde com baixo número para a zona leste e para os distritos de São Mateus. Indicou ainda manter o corredor de ônibus na avenida principal.
Sueli Rodrigues que gerencia uma entidade ambiental local que trabalha com a educação protestou contra a decisão da prefeitura em construir uma escola de educação infantil em uma área do Jardim Nove de Julho (objeto de reportagem recente nesta Gazeta) que é área de preservação permanente, sendo que nas proximidades existem outros terrenos não preservados que poderiam ser utilizados. Criticou também o fato da coleta seletiva não funcionar localmente, quando criticou as megas centrais projetadas para o distrito. Apelou aos vereadores para fazer valer a exigência de que os condomínios residenciais tenham seus próprios planos de gerenciamento de resíduos aprovados e funcionando conforme exigência do Plano Nacional de Resíduos Sólidos. Criticou ainda a chegada de um quinto aterro sanitário e o fato de São Mateus ser o depósito de lixo da cidade sem compensações adequadas. Lembrou-se da desatenção com os idosos. Tinha outras questões, mas o tempo não lhe favoreceu.
Sebastião Rosa ocupou seu tempo lembrando que a periferia só é lembrada em governos populares como é o do PT. Desde a fundação do Jardim da Conquista, lembrou ele, o local teve vários avanços e progresso, mas ainda tem problemas sérios a serem resolvidos. “Tem que haver mais segurança, saúde, infraestrutura, regularização fundiária”. “Precisa rever e regularizar todos esses bairros e melhorar também a educação nesses locais”, emendou.
Claudete Viera lembrou que foi na gestão da então Marta Suplicy como prefeita que se construiu o CEU onde estavam reunidos. Como diretora regional de Educação de São Mateus, desde 1986 na rede, disse conhecer as dificuldades, mas reconhecer os avanços. “Todos os governos trazem as suas coisas, mas o que um governo progressista tem de diferente e apresenta é que acontece. Temos em termos de número um universo muito grande para atender aqui e tentamos o fazer com gestão democrática, educação popular e cuidando para que nossos alunos não reproduzam o que se vê e se tem de pior por ai”, comentou.
Morador do Jardim Nova Conquista, Raimundo Oliveira Ferreira reclamou do comportamento dos vereadores que em sua maioria conhecem sim os lugares quando fazem promessas com poucos resultados. “Hoje estamos aqui em outro esforço e torço para que saia daqui algumas ações, porque precisamos de muita coisa na comunidade, apesar de já termos água, esgoto, luz, transporte. Principalmente o asfaltamento de muitas ruas. Queremos respostas”.
Último morador a falar destaca papel da Gazeta São Mateus
Antônio Cursino se disse cansado do rosário de precariedades de sempre em diversos pontos. “Alguns deles só tomamos conhecimento lendo a Gazeta São Mateus que também avisou sobre esse encontro. Precisamos mostrar nossas reivindicações e as fazemos pelo jornal e agora por aqui. Como moradores, conhecemos melhor os problemas e temos todo o direito de reclamar”.
Seguindo a risca o protocolo, o presidente da Câmara e da sessão, vereador Antônio Donato submeteu aos presentes o pedido excepcional de um dos presentes que queria falar por um minuto. Negado pela maioria dos presentes não houve a fala.
Como autoridade presente, subprefeito também fala em plenário
O subprefeito de São Mateus Fábio Santos cumprimentou os vereadores, a senadora Marta Suplicy, o secretário Alexandre Padilha e a diretora do jornal GSM, Lucy Mendonça que cobria o evento, além de uma entidade em nome de todas as outras. Disse que o encontro era de grande valia, pois revelava aos vereadores parte da situação de São Mateus e da necessidade de se manter um diálogo entre os poderes públicos e a população. Como não poderia deixar de ser a subprefeitura foi foco de atenção durante o encontro, motivo pelo qual era mais que justo que o subprefeito revelasse em linhas gerais partes do que vem fazendo localmente.
Não eram todas as coisas, mas reforma de praças, de escolas infantis, a viabilização de mais médicos, a construção do Hospital Dia que está em andamento, à adoção de incentivos fiscais ao empresariado local estavam no rol de realizações. Junte-se a estas a compra do terreno para a universidade federal, a construção de uma UBS no Jardim Palanque, uma UPA em São Mateus entre outras iniciativas.
Fábio lembrou também que o executivo, com todo seu secretariado estará na região ainda este mês para ouvir as reinvindicações das comunidades e dos moradores na tentativa de atender dentro de suas possibilidades e planos anteriores. No mais colocou a subprefeitura de portas abertas ao diálogo com a população.
Último a falar, Alexandre Padilha disse que estava ali para ouvir
O secretário de Relações Institucionais da Prefeitura de São Paulo, Alexandre Padilha saudou os presentes, lideranças e os conselheiros dos vários conselhos presentes, dizendo-se que nesses encontros sempre fala ao final para poder escutar mais. Não deixou passar batido entretanto, algumas provocações que ouviu ao longo da jornada. “Não quero entrar e aceitar provocação de campanha eleitoral que será o ano que vem. As pessoas, algumas que estão ou passaram por aqui terão que se apresentar na hora certa e evitar a antecipação da campanha. Não estamos aqui para isso”, ponderou. “A gente tem que se concentrar nos problemas daqui”. Asseverou.
Padilha também lembrou que o executivo estará presente no local ainda este mês e deverá estar por aqui durante uma semana e que haverá a oportunidade de conversar com os interessados no desenvolvimento e na solução dos problemas dos bairros.
Falou ainda que a coleta seletiva tão criticada deverá ter uma expansão e intensificação maior a partir deste ano e sobre o que considerou os três grandes problemas, alguns já em processo de solução. A canalização e urbanização do Aricanduva com recursos liberados na ordem de 290 milhões. As UBS que já estão em forma de lote para licitação e a construção de mais um Cras para o qual estão com dificuldades de conseguir um terreno adequado. Um grande mutirão de regularização fundiária na região, também foi reconhecido pelo secretário como uma das principais prioridades da região.
Ao final da sua fala, coube ao vereador e presidente da Câmara Municipal de São Paulo encerrar a sessão e a jornada do dia, já com o plenário pela metade.
(JMN)
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