Estimativa de arrecadação da Prefeitura para 2015 é apenas 1,5% maior do que a deste ano; projeto requer nova votação em plenário
SÃO PAULO – A Câmara Municipal aprovou nesta quarta-feira, 10, em primeira votação, a peça orçamentária de 2015. Foram 33 votos favoráveis e 7 contrários. De acordo com o projeto, a estimativa é de que a Prefeitura arrecade R$ 51,3 bilhões, valor apenas 1,5% maior do que o previsto para este ano. Nesse montante já estão incluídos os R$ 789 milhões extras que o Município deve receber com a alta do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).
O texto final do vereador Ricardo Nunes (PMDB) ainda traz dois novos dispositivos, a fim de aumentar o controle do Legislativo sobre as finanças municipais. Eles determinam, por exemplo, que as verbas destinadas no Orçamento às 32 subprefeituras não poderão ser remanejadas ao longo do próximo ano. O prefeito Fernando Haddad (PT) só poderá, se quiser, remanejar recursos de outras pastas, até um limite de 12%.
Câmara de São Paulo; A casa aprovou nesta quarta, 10, orçamento de R$51,3 bilhões para o ano de 2015
O argumento toma como base a baixa execução orçamentária deste ano. Até o início de dezembro, a gestão Haddad havia executado, na média, somente 68% da verba das regionais. Para a segunda votação, os parlamentares ainda pretendem incluir outro artigo relacionado às subprefeituras. Dessa vez, para obrigar o prefeito a executar todos os recursos arrecadados – a estimativa aprovada é de R$ 1,2 bilhão, alta de 8% em relação ao projeto original.
“Sem afrontar o prefeito, a partir de agora vamos direcionar o dinheiro para onde o povo quer e exige. Se deixamos em aberto, o Executivo vai lá e muda”, afirmou Nunes ao Estado anteriormente. Ele tem o apoio de representantes da oposição e da situação.
Já o segundo dispositivo incluído pelos parlamentares paulistanos no relatório votado ontem diz respeito à possibilidade de a Prefeitura contrair novos empréstimos. Com a aprovação, no mês passado, da renegociação da dívida que o Município mantém com a União, Haddad terá margem para tomar essa decisão. De olho nisso, os vereadores querem exigir que o prefeito só possa assinar financiamentos após aval, em plenário, da Câmara Municipal. Para virar lei, a peça orçamentária ainda requer nova aprovação em plenário e sanção do Executivo.
Fila. Nos últimos dois dias, a base de sustentação do prefeito Haddad na Câmara conseguiu tirar da fila de votação outros quatro projetos do Executivo. Além do Orçamento, os vereadores aprovaram a cessão de um imóvel municipal ao Instituto Federal da Educação, a nova concepção do Conselho Municipal da Juventude, o recebimento de imóveis pertencentes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e a nova estrutura da Fundação Paulista de Educação e Tecnologia, que passa a ter um quadro de 140 funcionários, a um custo anual de R$ 5,5 milhões.
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