Com evento que superou as expectativas, participei na segunda-feira, 25 de maio, do encontro virtual de lançamento da Brigada pela Vida na cidade de São Paulo.
A transmissão ao vivo, via plataforma digital, contou com 170 pessoas, das quais agentes públicos, militantes da saúde, dos direitos da criança e adolescentes, educadores, artistas e ativistas das causas feminista e LGBT.
O ato serviu para fundar a Brigada e aprovar as normas que vão nortear suas ações. A iniciativa partiu de ativistas das mais diversas áreas e tem o apoio do nosso mandato.
O nome é inspirado na Brigada Emergencial de Saúde dos estados nordestinos. Sob a coordenação do neurocientista Miguel Nicolelis, ela vai contar com médicos e agentes comunitários de saúde no combate ao Covid 19. Aliás, o professor Nicolelis gravou vídeo exibido no início da transmissão.
O avanço da pandemia está tornando o Brasil novo epicentro da doença. Na cidade de São Paulo dados de 25 de maio mostram que a Zona Leste registrou 2.468 óbitos. O número de vítimas fatais supera o estado de Pernambuco. O distrito da Brasilândia, com 185 mortes, está no topo. No entanto, somados os três distritos da região (São Mateus, Iguatemi e São Rafael) são 241 óbitos. E no Sapopemba 179 vidas se foram.
É nesse contexto de propagação do Covid 19 que surge a Brigada. Núcleos regionais estão sendo formados para atuar nas mais diversas áreas, seja com políticas públicas existentes ou com ações inovadoras nas áreas mais vulneráveis.
A missão imediata neste momento é conter a influência genocida das milícias digitais que espalham nas mídias sociais falsas notícias que confundem a população. Serão produzidos materiais didáticos com base nas orientações da Organização Mundial da Saúde e o respeito ao distanciamento social.
Para além do combate das falsas notícias, há outras frentes. Com dificuldades para se isolarem em suas residenciais pelas condições precárias ou por não acreditarem na necessidade da quarentena, as aglomerações continuam nas periferias. Grupos de pessoas se concentram nos centros comerciais dos bairros e nas filas da Caixa Econômica Federal atrás do auxílio emergencial do governo federal.
Com o aumento de casos, a Brigada se junta ao movimento pelos hospitais de campanha na Zona Leste, reivindicados para o estacionamento da Arena Corinthians e o Sesc Itaquera.
E outra causa importante que o mandato está priorizando e a Brigada já abraçou são os Centros de Acolhida para isolamento voluntário de pessoas infestadas, mas sem sintomas.
Nessas unidades, as pessoas deverão receber alimentação e condições para repouso, a fim de cumprir o ciclo de 14 dias e se livrarem do contágio. Em São Mateus o local sugerido é a EMEF José Lins do Rego. E na região outro centro seria no CEU Sapopemba.
Essas são algumas ações no horizonte, mas precisamos ir além. Se na esfera federal, o presidente continua a descreditar na pandemia (“é uma gripezinha”), em São Paulo a dupla Doria/Covas faz marketing diariamente.
Suas intervenções se restringem ao campo sanitário, necessários, mas não suficientes. As políticas públicas não chegam na periferia. Em muitos lares o medo da doença se soma a fome. E não faltam recursos. A Câmara Municipal aprovou remanejamento de verba do orçamento de mais de R$ 1,2 bilhões para a Prefeitura no combate à pandemia.
Vereadora Juliana Cardoso (PT), vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Criança, Adolescente e Juventude e membro das Comissões de Saúde e de Direitos Humanos da Câmara Municipal de São Paulo.
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