Bate papo com Lucy Mendonça do dia 30/08 teve entrevista com o Medico Cândido Vaccarezza

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Ex-deputado federal por dois mandatos pelo Partido dos Trabalhadores, hoje em outro partido o médico falou da Covid-19 na cidade de São Paulo e a conjuntura política/econômica

Pandemia – Para Cândido Vaccarezza, o cancelamento das cirurgias eletivas durante a pandemia, situação que acabou atingindo milhares de pacientes, foi um dos principais problemas. Tratamentos de diabetes e hipertensão, entre outras comorbidades que exigem atenção constante, foram bastante prejudicados.

“Agora que o pior já passou com o avanço da vacinação e a redução no número de casos e de óbitos, a população precisa voltar a procurar as unidades de saúde e dar continuidade aos tratamentos interrompidos”, alerta.

Apesar de inúmeras reclamações na rede pública referente ao alto índice de consultas e exames médicos represados, Vaccarezza avalia que houve uma “mudança positiva na saúde pública” e que não pode retroceder”.

“UBS’s receberam equipamentos mais modernos, tomógrafos, houve uma remodelagem. A população teve mais contato com hábitos mais saudáveis e de higiene que ajudaram a reduzir outros tipos de doenças”, pontua.

Para ele, apesar do Brasil ter sofrido atrasos no processo de vacinação e desinformação por parte do presidente Jair Bolsonaro, em sua defesa de um “tratamento precoce” ineficaz, o país reúne bom índice de vacinação na primeira dose, embora apenas 30% dos brasileiros estejam imunizados com a segunda dose. “Ainda não é o ideal, mas já tem feito cair drasticamente os índices de mortalidade e de infecções”, comemora.

Mesmo diante da nova variante indiana Delta que já circula em pelo menos 181 cidades do país, acha que não há motivo para pânico. “No hospital que dirijo, não houve nenhum caso ainda. No entanto, é preciso cuidado, pois a cepa infecta numa capacidade bem maior que as demais. Por que é perigosa? Porque é uma infecção sistêmica, afeta todo o organismo”, aponta.

Conjuntura Política – O cenário político nacional é visto com tristeza. “O Brasil vive uma crise sem precedentes, com um governo irresponsável. Bolsonaro brigou com o STF, TCU e a maioria dos prefeitos, governadores e deputados. Discutiu com os Estados Unidos por causa da vitória do presidente Joe Biden, a Bolívia, a Venezuela, a Europa, a Argentina e a China, nosso maior parceiro econômico. Precisamos de paz, de um processo de desenvolvimento econômico, geração e distribuição de renda, de trabalho. O dólar está fora de controle, inflação, nas alturas”, dispara.

Propostas – “Temos de recuperar a educação, ensino profissionalizante, investimento privado, melhorar a malha viária, estrada de ferro, hidrovia, navegação de cabotagem. Requer projetos de longo prazo, consistência. Quando deputado estadual fiz o Código do Idoso que vigora em São Paulo até hoje, a “lei do sangue”, que regulamentou o procedimento, além de um conjunto de mudanças na constituição e legislação paulista. Sou autor da revogação de 13 mil leis”, lembra.

Como deputado federal, Vaccarezza participou da elaboração de vários programas sociais e foi presidente da comissão que regulamentou os direitos dos trabalhadores domésticos. Para ele, é preciso resolver a questão da educação, depois gerar um plano com infraestrutura para diversificar a geração de energia elétrica. “A única solução é a reforma tributária, o estado aplicar o dinheiro para gerar desenvolvimento e um presidente que faça menos confusão”, resume.

Parabéns São Mateus

“São Mateus, por exemplo, que vai completar 73 anos, tem um povo trabalhador, comércio pujante, possibilidade de crescimento. Cheguei da Bahia em 1982, lutei pela anistia, pelo fim do regime ditatorial, para termos eleições diretas. Sou pré-candidato a deputado federal porque quero usar meu mandato futuro com base na experiência das vitórias e derrotas do passado, numa política mais centrada, de resultados e menos brigas, menos mi mi mi”, finaliza.

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