Em 2003 apresentei um projeto de lei para proteger motociclistas e motoristas
O prefeito Ricardo Nunes anunciou este mês a entrega de mais 45,7 km de Faixa Azul em oito vias até o fim de julho. Entre elas estão artérias importantes da nossa cidade, como o Elevado João Goulart e as avenidas Aricanduva e Salim Farah Maluf. Com esses novos trechos, São Paulo terá 168,6 km de faixas exclusivas para motociclistas.
Essa medida atende dois princípios de segurança viária: Visão Zero e Sistemas Seguros. O primeiro observa que nenhuma morte no trânsito é aceitável – todas são evitáveis. O segundo é uma forma de evitar que os erros humanos possam causar ferimentos graves ou óbitos.
Concordo e apoio esses dois pensamentos. Não é de hoje que os acidentes têm me preocupado. Em 2003, mais de vinte anos atrás, apresentei o projeto de lei 47/03, que previa a criação de faixas exclusivas para trânsito de motocicletas nas vias públicas do município de São Paulo. Aqui está um trecho do PL:
“Acidentes levam perto de 2.000 motoqueiros ao hospital por ano. Levantamento realizado pela USP concluiu que 90% dos motoqueiros internados em hospitais do SUS na Capital são homens entre 20 e 29 anos. As motos são responsáveis por 25% dos acidentes de trânsito em São Paulo. Nos últimos sete anos, a participação dos mesmos saltou de 2,8% para 9,3% no total da frota circulante da Capital. São Paulo tem 422 mil motos registradas! Hoje morrem 2 motoqueiros por dia ou mais de 700 por ano!!”
E a nossa proposta alertava:
“A situação é extremamente preocupante e o poder público precisa encontrar soluções para amenizar esse alarmante quadro”.
Infelizmente, na época o Poder Executivo não levou a sério as estatísticas dessas tragédias e a necessidade de evitarmos acidentes que tanta dor têm provocado em centenas de famílias. Nosso projeto acabou sendo arquivado, mas a minha batalha contra esse grave problema não havia terminado.
Hoje temos um prefeito que se preocupa com a vida das pessoas. Ricardo Nunes é sensível a essa realidade e liderou a implantação da Faixa Azul. Tenho apoiado e acompanhado todo esse trabalho.
Até o fim do ano, deveremos ter um total de cerca de 200 km de trechos com a nova sinalização.
É um número expressivo. Cada metro de faixa pode representar um acidente a menos, garantindo o bem-estar e salvando vidas. Sem contar a sua contribuição para a maior fluidez do trânsito e o conforto de motoristas e motociclistas.
A Prefeitura está fazendo a coisa certa. Por isso, tem o nosso reconhecimento.
Mas ainda estamos longe de vencer esse desafio. De acordo com o sistema Infosiga, do Governo do Estado, 108 motociclistas perderam a vida na capital no primeiro trimestre deste ano. É um número muito alto que reflete a necessidade de que muitas outras Faixas Azuis sejam implantadas.
É importante também que todos dirijam com prudência e respeito às normas do trânsito.
Tanto a administração municipal quanto os cidadãos devem fazer a sua parte.
Só assim conseguiremos viver em uma cidade mais segura e feliz.
por: Vereador Gilson Barreto
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