1842 era uma fazenda 2023 cidade de São Mateus
Resumo da História de São Mateus, e seu progresso
A história de São Mateus remonta ao século XIX. Mais precisamente ao ano de 1.842, época em que existia uma fazenda de propriedade de João Francisco Rocha, onde se criavam cavalos, carneiros e bois. Posteriormente, a fazenda foi adquirida por Antônio Cardoso de Siqueira, que optou por dividi-la em 5 (cinco) glebas.
Já no século XX, na década de 40, tudo não passava de uma grande fazenda: a Fazenda Rio das Pedras. Em 1.946, uma gleba de 50 alqueires de terras foi vendida à Família Bei (Mateo e Salvador Bei), dando origem a fazenda São Mateus. Dois anos depois da aquisição das terras, em 1948, Mateo Bei, o patriarca da família, decide lotear a área e vende os primeiros lotes com total sucesso, surgindo dessa iniciativa o bairro de São Mateus. Para personalizar a importância dela, foi celebrada a primeira missa em ação de graças, no dia 8 de Dezembro do mesmo ano, pelo bispo Dom Antônio de Macedo.
“Cidade São Mateus” foi o nome escolhido por Salvador Bei, em homenagem ao pai, Mateo Bei, que mais tarde teve seu nome dado, também, à primeira avenida do bairro (atualmente, o principal ponto de referência do bairro). O termo cidade foi empregado porque todos da Família Bei tinham convicção de que o bairro um dia se transformaria em uma grande cidade.
Nildo Gregório da Silva foi quem iniciou o trabalho de abertura das ruas em 16 de dezembro de 1946, às 7 horas. Foi puxando burros, que ele, então, dava à abertura da Avenida Mateo Bei, exatamente no marco “zero”, na Avenida Caguaçú, mais tarde Avenida Rio das Pedras.
Em meio às recordações, Nildo Gregório da Silva, funcionário de uma empresa e responsável pela terraplanagem da Avenida, conta como tudo aconteceu: “Naquela época, eu morava em São Miguel Paulista e a minha empresa foi contratada por Mateo Bei para fazer o serviço. Não medimos esforços e sob o sol que despontava, demos início às obras, num clima de euforia e dedicação.”
Mas Nildo continuava residindo em São Miguel. Para chegar em São Mateus às 8 horas, tinha que sair de casa às 3 horas da madrugada, tomar três conduções e ainda andar cerca de 12 quilômetros a pé até o Largo Carrão, para pegar outro ônibus. Essa via-sacra durou três anos, quando apareceu um pau-de-arara, muito comum na época, fazendo lotação. Ele trabalhou durante anos na abertura das ruas e, em pouco tempo, assumiu a identidade de um defensor do bairro.
Foi Nildo Gregório da Silva quem fundou, em 1952, a Associação Divulgadora “A Voz da Colina”, um instrumento para as reivindicações de melhorias da região em diversos setores: transportes, educação, saúde e lazer. “Entra no ar a nossa divulgadora A Voz da Colina, uma voz amiga que cruza os céus de Piratininga”. Esse prefixo ficou na história de São Mateus.
Mateo Bei foi, também, um lutador incansável que se dedicou à formação cultural e socioeconômica de São Mateus. Foram muitos anos de perseverança e fé. E, em agradecimento a tudo que fez por São Mateus, seu nome foi dado a uma praça, situada no início da Avenida Mateo Bei.
Vindo a velhice, seus descendentes continuaram a trilhar pelo caminho que lhes ensinara o batalhador, da propriedade que a todos honra. Algum tempo depois, os filhos e o genro adquiriram para mais de um milhão de metros quadrados, na antiga “Fazenda do Oratório” em homenagem ao respeito e às lições deixadas pelo ente querido; lotearam-na, fazendo da gleba uma verdadeira comunidade – que culminou em mais do que isso: um bairro-cidade.
Deixando um legado de lutas e conquistas como herança aos familiares e aos moradores de São Mateus, Mateo Bei faleceu em 11 de maio de 1956.
A EXPANSÃO
Esforço e dedicação sempre estiveram presentes na História de São Mateus. Um bairro que nasceu e cresceu através das lutas populares. Aqui, pessoas de credos, raças e tendências políticas, das mais diversas, se reuniram num só objetivo: Transformar este lugar da Zona Leste da Capital num bairro de fato.
Assim, era chegada a hora do comércio ocupar seu espaço e dar um novo impulso ao recente bairro. O primeiro ponto comercial do bairro surgiu em 1949, o Empório do Eustáquio, seguido pelo Empório do Maninho no ano seguinte.
Os lotes da Avenida Mateo Bei valorizavam a cada dia (o valor de um terreno de 350 m² custava 7.500 cruzeiros) e a solidariedade foi o fator básico para o crescimento de São Mateus. A Loteadora Bei Filho doava 500 telhas e dois mil tijolos aos novos proprietários (material este transportado das olarias em carros-de-boi). Os mutirões era o meio para levantar suas casas rapidamente.
Tudo era muito difícil naquela época, principalmente o transporte. Como não havia empregos no bairro, os moradores tinham de se deslocar para o centro ou então para os outros bairros e municípios do ABC. No início ,a Jardineira do Manoel, ou pau de arara, era o único meio de transporte e levava os moradores até o Largo do Carrão.
Em 1950, dois ônibus começaram a fazer o itinerário até a Avenida João XXIII. O percurso era longo e as ruas cheias de buracos e poeira. Os passageiros tinham que dividir o espaço com galinhas e outros animais, além dos mais variados objetos que eram transportados. Em dias de chuva, era impossível realizar todo o percurso, sendo necessário várias baldeações.
Foi somente em 1952 que a primeira linha de ônibus coletivo – da empresa Cometa – passou a funcionar, indo até à Avenida Sapopemba. Depois veio a Empresa de Ônibus Vila Carrão. Outras empresas se instalaram no bairro nas décadas de 70 e 80. Contudo, até os dias de hoje o transporte é um dos principais problemas do bairro, mesmo com a inauguração do monotrilho (metrô), em 16 de dezembro de 2019. Com o crescimento populacional, há lotação no transporte público e congestionamento nas principais vias de acesso aos bairros.
Foi na década de 50 que os moradores se organizaram para pedir melhorias. Primeiro pediram escolas, iluminação e transporte. Depois, a luta foi pela implantação do asfalto, redes de água e esgoto, iluminação pública e outros serviços, como delegacias e agência dos Correios.
A construção de uma escola para São Mateus foi uma luta árdua dos moradores, pois a mais próxima distanciava sete quilômetros, entre Vila Nova Iorque e Vila Antonieta. A maioria das crianças ia a pé, porque não dispunha de dinheiro para pagar a condução. Os historiadores relatam que em 1952 o estupro de uma criança de dez anos foi a gota d’água para que outra luta começasse. Somente em 1955, a Secretaria da Educação e Cultura construiu um galpão de madeira. Nascia a primeira escola de São Mateus.
Os problemas cresciam e a comunidade teria que ser mais rápida. Outro fato que merece registro é a fundação da paróquia – da Igreja Católica – que data de 1958.
Bairro que tem uma história de lutas: São Mateus tem a oferecer a seus moradores uma perspectiva de desenvolvimento que foge à estagnação econômica e ao pessimismo de alguns. São Mateus, até pelos exemplos de seu fundador, Mateo Bei, não tem decepcionado aos que aqui investem – os que lutam em seu dia-a-dia, com perseverança e dinamismo, estão aí, no comércio, nos negócios e na vida cotidiana, colhendo os frutos.
Hoje, São Mateus tem praticamente tudo: bancos, comércio diversificado, indústrias e setores de prestação de serviços. Recentemente, a briga foi pela implantação de um Cartório de Registro Civil, vitória esta conquistada com sua inauguração em 05/06/2000. Agora, a comunidade se esforça para organizar um movimento pela implantação de um Fórum: mais uma luta em prol do desenvolvimento. No final de 2019 foi a vez do metrô chegar a São Mateus, com a inauguração da estação, ao lado do Terminal Metropolitano de ônibus A segunda estação do território, Jardim Colonial, foi inaugurada em 29 de dezembro de 2021. Mais duas estações estão em construção: Boa Esperança e Jacu Pêssego.
Principais bairros do território da Subprefeitura São Mateus: Distrito de São Mateus – Cidade IV Centenário, Cidade São Mateus, Cidade Satélite Santa Bárbara, Jardim Cinco de Julho, Jardim Colonial, Jardim Egle, Jardim Imperador, Jardim Itamarati, Jardim Itápolis, Jardim Laranjal, Jardim Nove de Julho, Jardim Ricardo, Jardim Santa Adélia, Jardim São Cristóvão, Jardim São José, Jardim Tietê, Jardim Três Marias, Vila Flávia, Vila Paraguaçu, Vila Santo Antônio.
Distrito São Rafael – Parque São Rafael, Jardim Vera Cruz, Jardim Vila Carrão, Jardim Buriti, Vila Esther – ou Jardim Esther –, Jardim Rodolfo Pirani; Jardim Santo André, São Francisco Global, pró morar Rio Claro,
Iguatemi – Chácara Vovó Luísa, Iguatemi, Jardim Alto Alegre, Jardim Augusto, Jardim das Laranjeiras, Jardim Helena, Jardim Limoeiro, Jardim Maria Lídia, Jardim Roseli, Jardim São Gonçalo, Recanto Alegre, Recanto Verde do Sol, Sítio das Franças, Sítio do Palanque, Sítio São João, Terceira Divisão, Vila Eugênia, Jardim da Conquista
Fontes: Portal da Prefeitura de São Paulo
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