Cansados de promessas, moradores pedem socorro e canalização urgente do Córrego do Germano

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Mais de três mil pessoas vivem com medo de perderem suas casas por desabamento e erosão

A reportagem do Jornal Gazeta São Mateus retornou ao Córrego do Germano no Parque e Jardim Colonial para registrar novamente o sofrimento da comunidade, instalada às margens de um dos micro afluentes do Córrego Aricanduva.

Fomos recebidos pela combativa Marlene Tofollete, líder comunitária membro do Conseg do 49º Distrito e do Conselho Participativo, moradora há quase 40 anos no local. Marlene é uma das pessoas cuja casa apresenta inúmeras rachaduras e convive com o medo de perder seu único imóvel córrego abaixo.

 

Na eleição para Prefeito, nas prévias o atual Governador João Dória veio na Redação do Jornal Gazeta São Mateus e pediu para que indicássemos um local problemático na regição, levamos ele para ver a situação dos moradores do entorno do Córrego do Germano

Após quatro matérias e visita ao local com o governador de São Paulo João Doria na campanha política de 2016 para prefeito, quando esteve na região acompanhado de nossa equipe, nada mudou. A situação só se agrava. Os moradores reclamam que frequentemente suas casas são atingidas, seja pelo volume intenso de água de chuvas ou por resíduos de esgotos que transbordam em virtude do assoreamento constante do córrego com lixo, entulho e dejetos.

Há três décadas as famílias lutam por manutenção e canalização do córrego, única obra que deve por fim a esse tormento. Intervenção essa prometida por ao menos quatro gestões. Nada aconteceu.

PREJUÍZOS – Marlene desabafa que teve inclusive de encerrar as atividades do seu pequeno negócio de bijuterias, instalado em um cômodo nos fundos do seu imóvel, devido às ameaçadoras rachaduras que tomaram conta de tudo. A casa dela também sofre com enormes rachaduras nas paredes, piso e telhado.

Essa é uma trágedia anunciada que dura 30 anos, a Secretária vai esperar ter
morte no local para tomar providência

 

 


“Além do risco de desabar, vira e mexe retorna aos nossos quintais grande quantidade de esgoto. O fato é que ainda não existe um coletor tronco disponível pela Sabesp para essa parte da comunidade”, desabafa, com o ar consternado, porém não menos resistente, de quem está cansada de sofrer com o jogo de empurra-empurra do Poder Público.

Da velha mina de água cristalina a córrego poluído

Marlene conhece bem a história do bairro onde passou a maior parte da vida. Ela conta que as duas vilas vêm se formando a cerca de 70 anos. Há relatos dos mais velhos de que era possível beber da água da bica que alimentava o rio. A garotada se divertia na água limpa enquanto as mulheres lavavam roupa. Todavia, nos últimos 30 anos, sujeira, ratos e animais peçonhentos tomaram o espaço da antiga mina.

Atualmente, cerca de três mil famílias residem no entorno do Córrego do Germano, a grande maioria pagadora de impostos. Da visita em 2016 do então candidato a prefeito João Doria, posteriormente governador, à gestão do jovem prefeito Bruno Covas, interrompida precocemente por um câncer fatal, resta à comunidade recorrer ao atual prefeito Ricardo Nunes pela solução definitiva desse suplício.

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