Para coibir aglomerações, governo de SP vai mandar 20 mil policiais para cidades turísticas no feriado
Operação Independência tem início nesta sexta (4) e vai até dia 8 de setembro. Prefeitos do litoral pediram reforços ao governo estadual para evitar aglomerações nas praias durante o feriado.
O governo de São Paulo anunciou nesta sexta-feira (4) o início da Operação Independência, que vai reforçar o policiamento em cidades turísticas do estado para tentar evitar aglomerações durante a pandemia de Covid-19.
As cidades do litoral paulista e outras estâncias turísticas no interior do estado vão receber reforço de 20 mil policiais ao dia durante o feriado prolongado do dia 7 de setembro. Também serão utilizadas 7,2 mil viaturas e 880 motos, além de helicópteros e drones.
No litoral, a PM fará patrulhamento ostensivo na orla e também em regiões que concentram bares e restaurantes. Megafones serão usados para divulgar de mensagens de prevenção ao coronavírus. Os policiais também devem oferecer apoio a equipes locais de Vigilância Sanitária e Guarda Civil, que fazem a fiscalização do uso obrigatório de máscara.
Nas rodovias, a fiscalização de tráfego vai aplicar testes de bafômetro e verificar o uso obrigatório de cinto de segurança. A previsão é que sejam instalados 160 pontos de fiscalização nas estradas e 1,5 mil em áreas urbanas por dia.
O secretário da Segurança Pública do estado, João Camilo Pires de Campos, destacou que a ação da PM é para apoiar a fiscalização efetuada pelas prefeituras.
“Desde o início da pandemia o serviço de policiamento ostensivo foi potencializado. Além de proporcionar a segurança, estamos atuando também, até o dia 8, na Operação Independência. Nesta operação contaremos com 20 mil policiais trabalhando para a segurança do estado todo e focados em apoiar os agentes municipais no combate e na fiscalização desta pandemia. A missão dos policiais militares é a de apoiar e dar segurança aos agentes municipais”, disse Campos em coletiva de imprensa.
Após vários registros de aglomerações durante o último fim de semana em praias e em festas clandestinas, prefeitos da Baixada Santista pediram apoio ao governo estadual para uma operação especial durante o feriado.
Na quarta-feira, o governador João Doria (PSDB) afirmou que vai disponibilizar efetivo da PM, mas que a responsabilidade de coibir aglomerações é dos prefeitos. “O governo do estado de São Paulo vai apoiar, o que é o nosso dever e obrigação, mas a responsabilidade nesse controle cabe aos prefeitos”, disse.
A operação divulgada nesta sexta é fruto de uma parceria entre a secretaria de Segurança Pública e a de Transportes e de Logística. Participam da operação, além da Polícia Militar, oficiais do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), funcionários das concessionárias e prefeituras dos municípios.
Nesta sexta, Doria fez um novo apelo e pediu para que a população respeite a distância de 1,5 metro entre as pessoas durante o feriado.
“Por favor, tenham cuidado. Aglomerações colocam em risco a sua vida e as de outras pessoas. Usem máscara, sigam o exemplo correto e façam o distanciamento social de um metro e meio”, acrescentou.
Casos e mortes em SP
O estado de São Paulo registrou nesta sexta-feira (4) 186 novas mortes por coronavírus em 24 horas, chegando ao total de 31.091 óbitos desde o início da pandemia. A marca dos 30 mil óbitos, número maior do que o registrado em toda a Espanha, foi ultrapassada na segunda-feira (31).
A média móvel de mortes, que leva em consideração os registros dos últimos 7 dias e minimiza as diferenças das notificações, é de 200 óbitos por dia nesta sexta. A média está igual ou acima de 200 mortes há 100 dias, mas o índice desta sexta é o menor desde o final de maio.
A variação da média móvel de mortes nesta sexta foi de -13% em comparação ao valor registrado há 14 dias, o que para os especialistas indica estabilidade. Como o cálculo da média móvel leva em conta um período maior, é possível medir de forma mais fidedigna a tendência da pandemia.
Na quinta-feira (27), após um longo período de estabilidade ininterrupto nos novos registros, a média diária de mortes apresentou tendência de queda. Mas na sexta (29), a tendência voltou à estabilidade, e continua estável desde então.
Para confirmar a saída do estado do chamado platô – estabilidade no ponto mais alto de mortes da curva epidemiológica – é preciso que exista uma queda sustentada de novos casos e mortes. Embora os novos registros estejam caindo dia após dia, a média diária de mortes continua igual ou acima de 200 há 100 dias consecutivos no estado.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, também foram registrados 7.038 novos casos em 24 horas nesta sexta, elevando o total para 845.016 desde o início da pandemia. As novas confirmações em 24 horas não significam que as mortes e casos aconteceram de um dia para o outro, mas que foram contabilizadas no sistema neste período. Os números costumam ser menores aos finais de semana e segundas-feiras.
A média móvel de casos diários é de 6.972 nesta sexta (4). O número de casos inclui todos os resultados positivos em exames laboratoriais, tanto os do tipo sorológico, que verifica apenas a presença de anticorpos, quanto os que analisam a presença do vírus no organismo no momento – o chamado exame RT-PCR.
Nesta sexta, Doria anunciou a prorrogação da quarentena no estado de SP até 19 de setembro.
“Estamos na 10ª quarentena aqui em São Paulo e a partir do dia 5 de setembro, portanto, amanhã, sábado, nós estaremos na 11ª quarentena que vai até o dia 19 de setembro”, disse Doria.
O governador também atualizou nesta sexta-feira (4) a classificação das regiões no plano de reabertura gradual das atividades econômicas. Marília, Presidente Prudente, São João da Boa Vista, Registro e São José do Rio Preto passaram da fase laranja para amarela. A única região que regrediu foi Ribeirão Preto que passou da fase amarela para laranja. O estado permanece sem nenhuma região na fase vermelha, a mais restritiva do plano de flexibilização econômica.
Por G1 SP
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