Covas anuncia fim do rodízio ampliado e cobra maior isolamento

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O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), anunciou neste domingo (17) que o novo rodízio não surtiu o efeito esperado para aumentar o isolamento social durante a pandemia do novo coronavírus e, a partir desta segunda-feira (18), vai voltar o rodízio como era no passado. Ele, no entanto, sinalizou para a necessidade de um lockdown na região metropolitana de SP, uma vez que 90% dos leitos para covid-19 estão ocupados.

“Houve apenas uma pequena melhora no índice que tínhamos de isolamento. Na comparação de sexta-feira (8) com esta sexta (15), subimos apenas dois pontos percentuais, passando de 46% para 48%, mantendo-se abaixo dos 50%, o que é insuficiente”, afirmou Covas.

Agora o rodízio volta a ter as mesmas regras do passado, com restrição de acordo com o final da placa, variando no dia da semana, de segunda a sexta-feira, nos horários de pico. A isenção vale apenas para as categorias que já tinham o benefício. “Quem foi multado, foi multado, e poderá recorrer”, explicou o prefeito.

Segundo a prefeitura, com o rodízio mais restritivo, cerca de 1,5 milhão de carros deixaram de circular e houve uma queda de 5,5% no número de passageiros de ônibus, o que representa menos 64.266 pessoas.

O prefeito destacou a importância de se ampliar o isolamento na cidade: “Estamos ficando sem alternativas. É preciso parar por São Paulo. Não há outro caminho. Antes de pensarmos em abrir, é preciso parar. A nossa competência é limitada. A região metropolitana é interligada, mas eu não controlo trens e metrô”, ressaltou.

Feriados

Para tentar desacelerar o ritmo de contágio do coronavírus, o prefeito encaminhou um projeto de lei para a Câmara de Vereadores, em regime de urgência, para que os feriados municipais de Corpus Christi e Consciência Negra sejam antecipados.

O presidente da Câmara, Eduardo Tuma (PSDB), afirmou que já dialogou com os líderes da Casa e garantiu celeridade, uma vez que o projeto será discutido nesta segunda em uma sessão às 15h.

Hospitais lotados

Bruno Covas, em coletiva virtual na sede da Prefeitura, ressaltou que, apesar dos esforços para criação de novos leitos para pacientes com covid-19, os hospitais estão praticamente lotados. Ele lembrou também que a cidade se “aproxima do período mais difícil”.

Foram criados 840 novos leitos de UTI e sete hospitais municipais, sendo que Brasilândia, Parelheiros e Bela Vista são estruturas definitivas de saúde. Nove entre dez pacientes recebem alta se tiverem o tratamento médico garantido.

Já o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, fez uma previsão: “Em 15 dias, a rede de saúde estará comprometida, porque o isolamento é insuficiente para o grau de evolução da doença na cidade. De 9 de abril a 15 de maio, houve um aumento de 432% no número de mortes por covid-19”.

cidade de São Paulo tem 38.479 casos confirmados de covid-19, 135.348 suspeitos, 2.766 óbitos pela doença e outros 3.143 em investigação.

Seis hospitais municipais já estão em 100% da capacidade, e na capital a taxa de ocupação de UTIs é de 89%. No setor privado, dos 1.400 novos leitos, 97% estão ocupados. Das 2.500 vagas em enfermaria, 76% estão com pacientes.

Edson Aparecido disse que 2.996 pacientes já passaram pelos hospitais de campanha e que aumentaram também, na cidade, os óbitos pela Síndrome Respiratória Aguda Grave, chegando a 2.286 mortes.

O prefeito ainda prometeu reforçar as ações nos bairros com os 10 mil agentes comunitários de saúde e afirmou que a população pode denunciar estabelecimentos que desrespeitarem as regras da quarentena, que vai até 31 de maio.

Joyce Ribeiro, do R7

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