Filha de família assassinada no ABC e companheira confessam participação em roubo à casa

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Segundo advogado de Anaflávia e Carina, em depoimento nesta quarta-feira (5), elas admitiram parte do crime, mas negaram envolvimento nas mortes.

A filha do casal assassinado em Santo André junto com o filho e a companheira dela confessaram participação em parte do crime nesta quarta-feira (5). De acordo com o advogado de defesa de Anaflávia Gonçalves e Carina Ramos, elas admitiram, em novo depoimento à polícia, participação no roubo à casa, mas negaram envolvimento nas mortes.

As duas chegaram ao Deic de São Bernardo do Campo às 16h e saíram às 21h40. Desde o início das investigações elas vinham negando participação no crime.

A Polícia Civil tenta identificar e prender o sexto suspeito de participar do assassinato da família.

O suspeito seria um homem que teria resgatado o grupo de carro na estrada de terra onde o veículo da família foi encontrado carbonizado. O nome e a foto dele não foram divulgados.

No depoimento de segunda-feira (4), um dos envolvidos no crime contou à polícia como a ação foi planejada. Juliano Ramos Júnior, primo de Carina disse que, dois dias antes dos assassinatos, ele, os dois comparsas, Carina e Ana Flávia fizeram uma reunião para combinar o roubo à casa da família porque ali teria cerca de R$ 85 mil guardados.

Suspeito disse ter simulado assalto

Juliano explicou que, no dia do crime, os três homens entraram no condomínio no carro de Ana Flávia e, já dentro da casa, simularam um assalto.

Juliano contou ainda que Romuyuki e o filho Juan Vitor foram torturados no andar de cima do imóvel para que passassem a senha do cofre mas eles não sabiam a combinação.

Na madrugada de 28 de janeiro, os bombeiros encontraram corpos carbonizados de três pessoas de uma mesma família em um carro em chamas na área rural de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.

As vítimas foram torturadas e mortas, possivelmente em decorrência de pauladas, segundo a investigação.

Anaflávia e a namorada dela, Carina, estão detidas, assim como outros três homens apontados como participantes dos assassinatos. Além disso, um sexto suspeito é investigado.

Nesta terça-feira (4), a polícia disse não ter mais dúvidas de que o grupo está envolvido nos assassinatos e de que Anaflávia e Carina planejaram o crime. Falta esclarecer, contudo, a motivação.

Quem eram as vítimas

  • Romuyuki Veras Gonçalves – empresário prestador de serviços de uma montadora; segundo informações iniciais da Polícia Civil, tinha 43 anos
  • Flaviana de Meneses Gonçalves – mulher de Romuyuki, era proprietária de duas perfumarias; segundo informações iniciais da Polícia Civil, tinha 40 anos
  • Juan Victor Gonçalves – filho do casal Romuyki e Flaviana; segundo informações iniciais da Polícia Civil, tinha 15 anos

Quem são os suspeitos do crime

  • Anaflávia Martins Meneses Gonçalves, de 24 anos – filha do casal Flaviana e Romuyuki e irmã de Juan Victor, está detida no estão detidas no 7º Distrito Policial (DP) desde 29 de janeiro; ela nega participação no crime
  • Carina Ramos de Abreu, de 26 anos – namorada de Anaflávia há 2 anos, também está detida desde 29 de janeiro e nega participação no crime
  • Juliano de Oliveira Ramos Júnior, de 22 anos – primo de Carina, foi detido em 3 de fevereiro e está em uma cadeia para presos provisórios em São Caetano do Sul; em depoimento, confessou envolvimento nas mortes e acusou de participação tanto Anaflávia quanto Carina. Juliano tem passagem por roubo
  • Guilherme Ramos da Silva – comparsa citado em depoimento por Juliano, também é conhecido como Lipe ou Massa, segundo a polícia; está preso
  • Michael Robert dos Santos dos Anjos – comparsa citado em depoimento por Juliano, também conhecido como Marco, segundo a polícia; está preso

Cronologia do crime

  • Às 18h de 27 de janeiro, Anaflávia – filha do casal Romuyuki e Flaviana e irmã de Juan Victor – chega no próprio veículo modelo Palio à casa onde moravam os pais e o irmão, em um condomínio fechado em Santo André, também no ABC Paulista. O carro entra e sai do imóvel algumas vezes.
  • Às 20h, a namorada de Anaflávia, Carina, chega a pé usando um agasalho com capuz.
  • Por volta da meia-noite, Flaviana chega dirigindo o carro da família, modelo Jeep Compass de cor azul, encontrado posteriormente carbonizado.
  • Quase 3 horas depois, por volta da 1h da manhã de 28 de janeiro, os dois carros – o Palio e o Jeep – saem juntos do condomínio. Quem dirige o carro da família neste momento é Carina, com Flaviana no bando atrás do motorista.
  • Às 2h50 , o Corpo de Bombeiros recebe chamado para atender à ocorrência de um carro incendiado na Estrada do Montanhão, em São Bernardo do Campo.

Por Bom Dia SP e G1 SP

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