Falta de médicos e enfermagem desativa leitos em hospitais
Administrados pela Autarquia Hospitalar Municipal (AHM), os 11 hospitais da rede estão funcionando há dois anos com leitos ociosos, apesar de terem capacidade de atendimento instalada. O motivo é a falta de recursos humanos.
Essa defasagem de profissionais da saúde se reflete no dia a dia. Usuários enfrentam longo tempo de espera para atendimento nos prontos socorros. Também há excessiva demora em conseguir uma cirurgia eletiva e virou rotina pacientes aguardarem internação em macas e cadeiras pelos corredores.
Dados colhidos do relatório do Tribunal de Consta do Município (TCM) de abril deste ano revelam o nível de ociosidade de leitos. A taxa média de ocupação de leitos registrada em 2018 foi de 80%.
A situação é pior no Hospital Mário Degni, no Butantã, que tem 60% dos leitos ocupados. Isso quer dizer que os restantes 40% disponíveis estão desativados. No Hospital do Tatuapé o quadro é ligeiramente melhor. Mesmo assim, mais de 1/4 dos leitos estão vazios à espera de pacientes.
O déficit nesses 11 hospitais é de mais de 7 mil profissionais, dos quais as lacunas são de 2225 médicos e de 2800 profissionais de enfermagem (enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem). Essa defasagem poderia muito bem ser minimizada, pois existem concursos da Autarquia em aberto para essas duas e até mesmo outras funções.
Nas audiências públicas da Comissão de Saúde da Câmara Municipal, da qual sou integrante, temos, junto com entidades sindicais e movimentos sociais, cobrado da Secretaria Municipal de Saúde a nomeação dos profissionais concursados para suprir esse déficit.
Essas convocações acabariam com o déficit de profissionais e aumentariam o número de leitos disponíveis para atender à população.
Apesar de até o momento não termos recebido manifestação oficial, vamos insistir questionando a Prefeitura. Até que imagens exibidas em reportagens na tevê com pacientes espalhados em longarinas pelos corredores de hospitais da nossa cidade sejam cenas do passado.
Vereadora Juliana Cardoso (PT), vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente e membro das Comissões de Saúde e de Direitos Humanos da Câmara Municipal de São Paulo.
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