Uma hora de uso de narguilé equivale ao consumo de 100 cigarros
Uma hora inalando a fumaça do narguilé equivale ao consumo de 100 cigarros. O alerta sobre os malefícios do uso do aparelho foi feito nesta sexta-feira (14) pelo médico pneumologista Henrique Ferreira de Brito, em entrevista ao “Papo das Seis”, do Bom dia MS.
“Temos uma estimativa. É lógico que a estimativa depende de quanto tempo será consumido em uma roda de dois, três, quatro, cinco pessoas. Mas, pegando uma média baseada na quantidade e concentração final de monóxido de carbono, que é uma das substâncias, uma hora de narguilé equivale a 100 cigarros. Então, a pessoa fala que só fuma no fim de semana o narguilé, mas aquela hora em que ela vai estar exposta, vai ter fumado cerca de 100 cigarros. É muito cigarro, é muito prejudicial e tóxico”, alertou o médico.
O médico destaca que a fumaça produzida pelo narguilé tem uma série de sustâncias tóxicas. “Tem praticamente os mesmos riscos do cigarro, mas o cigarro tem uma concentração de nicotina, que é a substância que vicia, de aproximadamente 2%, enquanto que no narguilé temos 4%. Falando em intoxicação, vamos falar do monóxido de carbono, uma das 4 mil substâncias que estão presentes no narguilé. [….] Pode causar envenenamento, intoxicação, porque ele ocupa o lugar do oxigênio que é o nosso gás vital. Ele vai causar sofrimento as células, que se prejudicam. Pode causar falta de ar, tosse, dor de cabeça, um mal-estar muito intenso e até desmaio. Ele vicia como o próprio cigarro e pode ser a porta de entrada para outros tipos de drogas”, ressaltou.
Ainda citando os malefícios do narguilé, o pneumologista alertou que assim como qualquer tipo de fumo, o consumo escurece os dentes e altera a gengiva, podendo ser causa de uma periodontite e nos casos mais graves até de câncer na boca. Como o bocal do aparelho pelo qual é tragada a fumaça é compartilhado entre vários usuários, pode ser ainda instrumento de contaminação de doenças transmissíveis como: hepatite, herpes, tuberculose e gripe, entre outras.
Por conta dos problemas que pode ocasionar aos seus consumidores e aos chamados fumantes passivos – pessoas que não utilizam o aparelho mas estão próximas daquelas que são usuárias, o pneumologista defendeu o projeto de lei aprovada nesta terça-feira (11) na Câmara de Vereadores de Campo Grande, que proíbe o uso do narguilé em espaços abertos.
“Esse é o grande mote do projeto de lei que foi aprovado. Porque é uma questão de direito, de respeito. Eu tenho de respeitar o meu próximo. A fumaça que emana do narguilé, assim como do cigarro, ela é realmente tóxica, é prejudicial. No caso do cigarro falamos em fumaça de primeira passagem, porque o fumante traga a fumaça que passou pelo filtro, já a pessoa que está do lado não, ele pega uma fumação que não passou pelo filtro, que é mais tóxica. Obviamente, que a pessoa que está do lado não vai inalar a mesma quantidade de fumaça que o fumante. Com o narguilé é a mesma coisa. A quantidade de fumaça que ela vai inalar é muito grande e essa fumaça é tóxica. Fora isso, você tem que dar o exemplo para as crianças, para os jovens, para quem também não está fumando diretamente, e que acaba se tornando fumante passivo”, explicou.
Fonte: Revista Pazes
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