De novo, sem representação São Mateus vai penar

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Não foi desta vez que São Mateus combinou seu crescimento populacional com o crescimento de sua representação na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal.
Na disputa por vagas havia pretendentes para as duas casas legislativas com alguma representatividade em São Mateus; Pedro Kaká (Podemos) Gilson Barreto JR (PSBB), Adriano Diogo (PT) para deputado estadual e Juliana Cardoso (PT) para deputada federal só para ficarmos em poucos nomes. Nenhum destes e outros não citados foram eleitos deixando São Mateus com seus três distritos na Zona leste paulistana órfã.
E, eventualmente como algumas poucas regiões da cidade de São Paulo, SM tem uma peculiaridade de continuar sendo um território gelatinoso, com sua configuração ocupacional e vocacional ainda não consolidada, onde é difícil prever qual seu melhor caminho para o futuro, mesmo na condição de periferia.
Aqui ainda não se completou a transição plena e organizada da situação rural para urbana. Aqui não se tem clareza qual será a sua configuração urbana nos próximos anos, visto que as incessantes ocupações irregulares de áreas para moradias provisórias se dão continuamente e não há desenho possível de como serão todos esses bairros e suas vilas.
Aqui, posto a concentração comercial em suas avenidas principais, a carência de ofertas de comércio, serviços e principalmente oportunidades de emprego e novos empreendimentos compõe um cenário de bairros dormitórios em agregados de casas de todo tipo e sem nenhuma sintonia com ocupação harmônica e regular; fatores que por si não contribuem com estímulo ao desenvolvimento. Há muito que ser feito em São Mateus nesse aspecto de descobrir sua melhor vocação e a presença de representantes nas casas legislativas seria sem dúvida um alento.
Com a representação; não do distrito em si, mas com pessoas que de alguma forma e em graus distintos de conhecimento de causa da nossa situação, algumas coisas poderiam caminhar. Primeiro no sentido mais geral de contar com o apoio dos parlamentares, caso eleitos, em operar politicamente para conseguir a atenção do Estado para os serviços públicos mais emergenciais. Se não tudo, uma emenda parlamentar aqui e acolá acaba contribuindo para sanar ou diminuir parte do sofrimento da sociedade são-mateuense. Foi o caso, para ficar só num exemplo, das emendas do então deputado estadual Pedro Kaká para a área da saúde.
Em nível federal, na Câmara dos Deputados também é possível tentar aprovar emendas que podem beneficiar territórios, além, claro, de operar políticas macro; ouso exemplificar de mobilidade urbana e transportes que poderia dar um perfil mais moderno e adequado a São Mateus e região.
Poderia também construir políticas de estudos e implantação de polos especiais na região em benefício de toda metrópole. É público e notório que em áreas de São Mateus poderiam estar sendo desenvolvidos, por exemplo, entrepostos importantes de logística industrial, comercial e de serviços tendo em vista seu viário e sua proximidade com áreas de escoamento de produtos via aeroporto de Guarulhos ou os portos da cidade de Santos. Atividades desse tipo são, também, geradoras de emprego e renda.
É diante dessa gelatinosa formação, da possibilidade que o território oferece para ainda, antes que seja tarde, trazer o desenvolvimento para a região, que São Mateus precisava de representantes afinados com suas carências e possibilidades. Nenhum dos pretendentes se deu bem na disputa, mas novos tempos virão e não tem como a sociedade ficar apática e imobilizada.
Se há alguma lição a ser tirada das ultimas eleições e dos resultados que poderiam interessar a nós é que não há como se omitir deixando a política para lá. O povo, suas lideranças e os setores organizados em nossos distritos tem que assumir a responsabilidade de se manter dialogando, construindo forças, fazendo política com p maiúsculo para não ser deixado de lado e esquecido como quase sempre tem acontecido. Cansa, aborrece, dá trabalho, mas é como acordar todo dia. É necessário. (LM)

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