Caminhada para Aparecida do Norte completa 15 anos em São Mateus

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Mantendo a tradição de sua participação já há 15 anos, o ativista Hamilton Clemente explica um pouco o que são as romarias que ele participa em duas idas ao ano para a cidade de Aparecida do Norte, no interior de Estado, conhecidíssima por ser a ‘meca’ de peregrinação de muitos fiéis católicos do Brasil todo. A última caminhada deu-se agora em outubro, por ocasião das comemorações do dia da padroeira Nossa Senhora da Aparecida.
Hamilton tem uma história própria com relação a essa peregrinação que se repete anualmente e têm a ver com os sérios problemas de alcoolismo que o abateu durante uns 10 anos de sua vida, já depois de seus 20 anos de idade. “Por razões particulares me atolei no álcool, fui internado e tive muita dificuldade para me livrar disso e só o consegui a partir da convivência com um grupo de pessoas em terapias de grupo. Chegava a ir para Aparecida com a ideia de mudar de vida, mas ao invés de rezar ficava pelos bares bebendo”. Foram anos muito difíceis e de isolamento social logo após a fase de abstinência com receio de ter recaído voltando a usar álcool.
Com relação à última caminhada, Hamilton disse que cerca de 500 pessoas participaram. “Trata-se de um grupo que teve início no Parque Novo Oratório, em Santo André por iniciativa de Paulo Carraca que teve um problema com o filho de nome Alexandre e que a partir de promessas iniciaram essa romaria com apenas 05 pessoas, posteriormente uma perua ou duas, velhas”. Hoje o grupo sai do mesmo local passa por São Mateus onde ao grupo juntam-se as pessoas do grupo do qual Hamilton faz parte e vão agregando em maior ou menor número entre Cidade Tiradentes e outros locais por onde passam.
Hoje os caminhantes têm como logística cerca de cinco ônibus que são contratados pela organização para percorrer o mesmo trajeto e parar de cinco em cinco quilômetros para dar algum tipo de apoio aos peregrinos. Durante a caminhada por causa da tradição, foi se construindo uma rede de apoio nos locais por onde passam que vão desde a doação de frutas e água até barracas com massagistas para atender os pés cansados dos caminhantes.
Hamilton destaca inclusive o que ocorre na cidade de Caçapava, onde antes, eram recepcionados pelo padre local, e hoje em dia, são recebidos também por médicos, auxiliares de enfermagem, esteticistas e toda gama de gente que quer dar alguma colaboração. “Chegamos com os pés sujos, maltratados, cansados e as pessoas voluntárias tentam cuidar de nossos pés da melhor forma possível. É muito gratificante”, enfatiza.
O trajeto todo é percorrido em cinco dias com quatro paradas para dormir. A logística é aperfeiçoada a cada ano que passa e hoje já disponibiliza relações onde há possibilidade dos caminhantes usar acomodações que embora simples dê conta de permitir o descanso a preços módicos e especiais para os romeiros.
Todo o custo de operação e logística é rateado por igual
Hamilton explica que todo o custo da operação de apoio coletivo é rateado entre os peregrinos de forma igualitária e sem nenhum acréscimo. Explica, ainda, que o custo mínimo médio para cada um não ultrapassa R$500,00 o que colocado em termos de alimentação e hospedagem para todos os dias está bem razoável.
O itinerário básico é: saída do Parque Novo Oratório, passando por São Mateus seguindo da Cidade Tiradentes, Guaianazes, passando pela Avenida Marechal Tito, por onde fazem o primeiro almoço, logo depois passam por Itaquaquecetuba, Suzano e Arujá onde fazem a primeira pousada. De lá pegam a Via Dutra no km 199 até o km 75 na entrada da cidade do santuário da Aparecida do Norte passando por Jacareí, Caçapava e Pindamonhangaba.
Cada caminhante tem sua própria intenção, mas a convivência é sempre a melhor possível, destaca Hamilton. “Uns e outros vamos contando nossas estórias, vamos rezando; vamos demonstrando nossa fé. A caminhada é sacrificada, desgastante, cansativa, mas o que nos move é a fé”, raciocina.
Atualmente a peregrinação é um evento impressionante seja em termos numéricos, seja em apoios que a caminhada motiva. A cada nova romaria, melhora a logística e a organização promove cada uma delas entre outras coisas com camisetas indicativas do que aquilo significa. Mas a organização não quer parar por ai, quer ir mais longe e com mais participantes.
Quem tiver interesse em se integrar ao grupo pode entrar em contato com Hamilton Clemente pelo telefone (11) 998213926 Whats App ou no Facebook na página Ativista Hamilton Clemente. Vale destacar, entretanto, que o grupo do ativista promove duas peregrinações ao ano; uma no período da Pascoa e a outra em outubro nas comemorações de aniversário da padroeira em Aparecida.

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