O problema da tuberculose é muito sério. Ela é uma doença infecciosa e contagiosa que afeta principalmente os pulmões, mas também pode atingir outros órgãos, como ossos, rins e as meninges (membranas que envolvem o cérebro).
A cada ano são registrados 6 milhões de novos casos em todo o mundo, com um milhão de mortes– todos os anos.
No Brasil, são notificados anualmente cerca de 70 mil casos novos, com 4 mil e seiscentas mortes por causa dessa doença, que maltrata principalmente as camadas mais pobres da população. Muitos dos doentes são moradores de rua, conforme um alerta do próprio Ministério da Saúde.
É preciso ressaltar que a doença é curável, desde que as pessoas recebam o tratamento adequado.
Por tudo isso, o meu projeto de lei 348/2015, aprovado em 1ª discussão, prevê a criação de Centros de Diagnóstico, Acolhimento e Tratamento de Tuberculose, para proporcionarem acolhimento e tratamento do paciente diagnosticado em unidades especializadas, garantindo o atendimento médico adequado para esse tipo de enfermidade. Hoje muitos procuram unidades básicas de saúde e acabam recebendo um atendimento muito ruim.
Esses centros deverão ser instalados, preferencialmente, um em cada região da cidade: zona leste, zonal sul, zona norte, zona oeste e centro. As equipes desses centros deverão ser compostas por Médico Sanitarista, Pneumologista, Infectologista, Psiquiatra e outros especialistas.
As equipes deverão contar, ainda, com Enfermeiro, Auxiliar de Enfermagem, Assistente Social, Psicólogo, Nutricionista e Farmacêutico.
Assim, será assegurado ao cidadão o seu acolhimento e ele receberá todo o atendimento clínico, social e psicológico de que ele necessite.
Temos casos alarmantes na cidade. Como o de pacientes que chegam a ficar dias internados em um corredor de hospital sem isolamento, apesar de a doença ser contagiosa. Há situações em que o paciente não é transferido para o hospital com isolamento e recebe alta, o que é um absurdo.
E a demanda por um serviço como esse cresce a cada dia. Sabemos por exemplo que um número considerável de pessoas usuárias de crack sofrem de tuberculose, entre outras doenças.
Recentemente, uma reportagem da “Folha de S. Paulo” mostrou que a política de atendimento a moradores de rua em São Paulo não avançou no atual governo. O número de pessoas que dormem nas ruas subiu e a qualidade dos albergues é ruim. Muitos preferem dormir nas ruas geladas, também por medo de contrair doenças como a tuberculose.
A insatisfação com o sistema de saúde é enorme. A atual gestão deixa a desejar. Há inúmeras queixas contra a demora para conseguir consultas, fazer exames e cirurgias na rede municipal.
Uma pesquisa Datafolha mostrou que oito em cada dez paulistanos concluem que o prefeito Fernando Haddad (PT) fez menos do que o esperado pela saúde em São Paulo.
Faltam médicos, faltam hospitais e a demanda cresce cada vez mais. O prefeito prometeu entregar 43 UBSs e entregou só oito; prometeu reformar 20 UPAs, unidades de pronto atendimento, mas está tudo atrasado.
Então, não podemos nos omitir e fingir que está tudo bem. O nosso projeto de lei, que cria esses Centros de Diagnóstico, Acolhimento e Tratamento de Tuberculose, deve ser votado em segunda discussão e, uma vez aprovado, seguir para a avaliação do prefeito, que, espero, terá o bom senso de sancioná-lo, para o bem da cidade.
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