Mulheres e negros foram dos ministérios

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Mulheres e negros fora dos ministérios Não sei se notaram, mas a ausência de uma mulher entre os ministros indicados e escolhidos pelo presidente interino Michel Temer (PMDB) causou estranheza entre os setores organizados no Brasil e no exterior.
Para quem acompanhou as composições de governo desde o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, as chamadas possíveis minorias: mulheres que nunca foram minorias em número, mas em oportunidades, tanto quanto os negros, também, nem um pouco minoria em número, mas em oportunidade estavam presentes e era mais do que justo. Mesmo porque cada um, em sua área, cuidava de fazer a interlocução interministérios e entre governo e a sociedade civil.
O presidente interino Michel foi chegando no dia 12 de maio e com ele um batalhão de homens brancos, idosos, estilo e cara de conservadores. Isso nem seria tão impactante, não fosse o infeliz fato de quase todos eles carregado nas tintas entre manchas e denúncias que será assunto para outros momentos neste jornal.
Não bastassem as notícias e as novidades que vem trazendo esse novo governo tampão, a omissão quanto à participação das mulheres, dos negros e das minorias é sim preocupante. Parece que o senhor Temer comprou o padrão de uma revista nacional de grande tiragem e grande opositora da presidente afastada para investigações em processo de impedimento e também veja a mulher ideal como: linda, recatada e do lar.
Se trouxe um time só de homens, raposas da velha e persistente política não haveria espaço mesmo, principalmente para a mulher de verdade. A mulher de verdade, a sua maioria, até porque algumas são mesmo apenas, lindas, recatadas e do lar caro presidente interino, tem muito menos dessa conversa de linda, de absolutamente recatada e principalmente do lar
. A realidade brasileira, fora do padrão da revista e do circulo de amizade e “país” do interino é composta por uma maioria de mulheres belas, sim, mas nem tão lindas; recatadas, sim, mas nem tanto porque não duraria um dia na selva de pedra que é o cotidiano do dia a dia e do trabalho e, muito menos ainda, do lar, porque em geral não os têm tão agradáveis quanto desejáveis. Essa mulher seria principalmente outra, porque hoje, ela é peça importante no mundo do trabalho. Seja na linha de produção, nos empregos de menor complexidade até os de alta complexidade.
Se mulheres são ´da limpeza´, também o são ´das finanças, dos negócios, dos laboratórios, da ciência` e por ai vai. Se no país as mulheres tem esse significado e muito mais que nem foi abordado aqui, terem sido preteridas e de escanteio na composição desse governo temporão é um sinal de equivoco profundo e prejuízos evidentes.
Em que momento, nesse novo governo, as questões que envolvam mulheres, negros e minorias estarão sendo ouvidas e consideradas nas decisões que se for tomar? E em que medida essas decisões sem peso e presença das questões desses importantes segmentos serão a melhor coisa a decidir? Nesse quesito, meu caro, começou mal. Num país como o Brasil com a sua realidade da qual; mulheres, negros e outras minorias têm enorme peso e significados, deixá-los de fora é pedir sarna para se coçar. Já não chega às outras encrencas? (LM)

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